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Ibovespa fecha em alta após dia volátil e sobe 0,65% no mês

O principal índice da Bovespa fechou em leve alta hoje, após uma sessão volátil pautada pela continuidade das negociações na Europa com a Grécia


	Bovespa: de acordo com dados preliminares, o Ibovespa subiu 0,17%, a 53.104 pontos
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Bovespa: de acordo com dados preliminares, o Ibovespa subiu 0,17%, a 53.104 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2015 às 18h16.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em leve alta nesta terça-feira, no fim de sessão volátil pautada pela continuidade das negociações na Europa para a Grécia obter uma extensão de seu resgate financeiro.

As ações da Petrobras seguiram sob foco, com o avanço de Cielo e JBS contrabalançando o efeito negativo dos papéis da Vale e de siderúrgicas.

O Ibovespa subiu 0,13 por cento no dia, a 53.080 pontos, terminando o mês com variação positiva de 0,61 por cento e acumulando no primeiro semestre ganho de 6,15 por cento. O volume financeiro na sessão somou 5,36 bilhões de reais, ante uma média de 6,89 bilhões de reais em 2015. Junho teve média diária de pouco mais de 6 bilhões de reais, enquanto em maio o volume médio por pregão foi de 7,2 bilhões de reais.

Na visão do gestor Marcello Paixão, sócio da Constancia NP, o mês foi marcado por uma reversão do humor conforme se acentuaram os sinais de desaceleração econômica no Brasil, o que explica os volumes mais fracos.

Do front externo, a perspectiva de default da Grécia foi adicionando volatilidade ao longo do mês, ao mesmo tempo em que houve um choque de realidade nos setores de mineração e siderurgia com a correção dos preços do minério de ferro e do aço.

Para o segundo semestre, o mercado acionário brasileiro embarca em um ambiente marcado pela deterioração da economia local e indefinição acerca da primeira alta da taxa básica de juros pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, em quase uma década.

DESTAQUES

=CIELO foi um relevante componente positivo nesta sessão, com ganho de 3,67 por cento. O BTG Pactual divulgou prévia para o resultado do segundo trimestre afirmando esperar números fortes, com lucro líquido de 900 milhões de reais. "Trabalhamos com outro trimestre com forte performance de pré-pagamentos, reflexo das companhias se preparando para cenário mais difícil no segundo semestre e buscando melhorar balanço", disse o BTG em nota a clientes.

=JBS subiu 2,70 por cento, após o Serviço de Inspeção de Sanidade Animal e Vegetal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) alterar regulamentações para permitir a importação da carne bovina não processada de 14 Estados brasileiros sob algumas condições específicas que mitiguem o risco de transmissão de febre aftosa. "Mais importante ainda é o fato que outros mercados podem acompanhar movimento aqui e facilitar o fim do embargo ao Brasil, como México e Canada (Nafta) e Japão e Coreia do Sul", disse o BTG Pactual em nota a clientes.

=KROTON EDUCACIONAL e ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES experimentaram uma trégua, subindo 2,06 e 4,65 por cento, respectivamente, após fortes quedas dos últimos dias por mudanças no programa de financiamento estudantil Fies. Do noticiário do setor, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação publicou nesta terça-feira portaria que prorroga para 20 de julho o prazo para a renovação semestral dos contratos de financiamento concedidos pelo Fies.

=VALE fechou com queda de 4,12 por cento para as preferenciais e de 4,74 por cento para as ordinárias, após os preços do minério de ferro no mercado à vista da China < .IO62-CNI=SI> recuarem para a mínima de mais de um mês nesta terça-feira, acompanhando os preços futuros do aço, que atingiram uma mínima recorde em meio a um excesso de oferta e redução de demanda. "Nós continuamos cautelosos com as ações da Vale, especialmente conforme enxergamos margem de queda para os preços do minério de ferro no curto prazo, enquanto os preços do níquel também devem seguir pressionados, pesando nos resultados do segundo semestre", disse o Bank of America Merrill Lynch em relatório sobre o setor de mineração e siderurgia.

=GERDAU e USIMINAS caíram 3,35 e 4,63 por cento, respectivamente, em meio ao cenário desfavorável para o setor como um todo, com Usiminas ainda anunciando na véspera que fechará sede às sexta-feiras para reduzir custos . O JPMorgan disse acreditar que a melhor estratégia é focar em nomes que gerem fluxo de caixa livre positivo e considerando preço reiterou preferência por Gerdau, com recomendação "overweight", embora tenha cortado o preço-alvo de 14 para 10,5 reais. A visão do banco para CSN é "underweight", enquanto USIMINAS foi cortada de "neutra" para "underweight". CSN perdeu 2,82 por cento.

=PETROBRAS terminou com as preferenciais em queda de 0,31 por cento e as ordinárias em baixa de 0,14 por cento, conforme analistas seguiram avaliando o plano estratégico da estatal. A percepção de modo geral foi é de que a companhia foi razoável e realista, mas a cautela persiste. O Credit Suisse elevou o preço-alvo dos ADRs da estatal de 5 para 6 dólares, mas manteve recomendação "underperform", enquanto o HSBC elevou a recomendação de "reduzir" para "manter", subindo o preço-alvo das preferenciais de 9 para 15 reais.

=BB SEGURIDADE perdeu 1,87 por cento, outro peso negativo, com o Itaú BBA chamando atenção para números divulgados na véspera pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) de maio, que revelaram tendências fracas para a companhia devido à desaceleração no crescimento dos prêmios e contribuição. "A divisão de pensão, por outro lado, mostrou um desempenho sólido, mas devido a uma desaceleração forte na base de comparação", avaliaram os analistas, que, ainda assim, mantiveram recomendação "outperform".

Texto atualizado às 18h16
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