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Ibovespa fecha em alta guiada por bancos; Petrobras recua

O índice de referência do mercado acionário doméstico subiu 1,13 por cento, a 82.738 pontos

Ibovespa: volume financeiro do pregão somou 14 bilhões de reais (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: volume financeiro do pregão somou 14 bilhões de reais (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 22 de maio de 2018 às 17h48.

Última atualização em 22 de maio de 2018 às 17h49.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta terça-feira, apoiado na recuperação de ações atreladas à economia doméstica, particularmente bancos, enquanto papéis ligados a commodities fecharam na ponta negativa, incluindo as ações da Petrobras em meio a ruídos sobre os preços de combustíveis.

O índice de referência do mercado acionário doméstico subiu 1,13 por cento, a 82.738 pontos. O volume financeiro do pregão somou 14 bilhões de reais.

De acordo com profissionais da área de renda variável ouvidos pela Reuters, o arrefecimento da tensão comercial entre Estados Unidos e China no front externo e a atuação mais assertiva do Banco Central brasileiro no câmbio trouxeram algum ânimo aos negócios, mas o cenário ainda não inspira otimismo.

"É um dia de alívio, mas não significa que marca uma retomada da trajetória de alta, disse o estrategista para pessoa física da Santander Corretora, Ricardo Peretti.

Para ele, o Ibovespa deve continuar negociando entre 81 mil e 85 mil pontos em razão de incertezas presentes no horizonte, como a velocidade da alta de juros nos EUA, o quadro eleitoral no Brasil e o ritmo de recuperação da economia doméstica, após dados um pouco aquém do esperado no primeiro trimestre.

A queda recente de vários papéis também trouxe motivou compras, dado os ambientes externo e doméstico mais tranquilos.

"Hoje basicamente subiram os papéis mais ligados à atividade doméstica que sofreram enormemente este mês. Vários papeis voltaram para patamares do início de 2017, ou seja, com preços muito interessantes", afirmou o sócio da gestora Galt Capital, Igor Lima.

No exterior, o índice MSCI com ações de mercados emergentes subiu 0,68 por cento e o dólar caiu ante uma cesta de divisas. No Brasil, o dólar recuou 1,2 por cento, a 3,6447 reais na venda, acumulando desvalorização de 2,5 por cento desde a atuação mais forte do BC na véspera.

Destaques

- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 2,42 por cento, após fortes perdas recentes, que levaram a desvalorização no mês de 12,7 por cento até a véspera. BRADESCO PN valorizou-se 2,87 por cento, também reagindo após quedas em maio, que alcançavam 10,2 por cento até segunda-feira.

- PETROBRAS ON e PETROBRAS PN caíram 2,47 e 1,36 por cento, em dia de queda em papéis ligados a commodities e com agentes financeiros ainda receosos sobre desdobramentos da greve dos caminhoneiros contra o aumento do diesel que possam afetar a companhia. O declínio, contudo, arrefeceu após comentários do presidente da Petrobras de que não haverá interferência do governo da política de preços da empresa. E o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que a Cide será zerada para reduzir os preços dos combustíveis. A petroleira anunciou mais cedo que reduzirá tanto os valores do diesel quanto os da gasolina nas refinarias a partir de quarta-feira.

- RUMO avançou 7,04 por cento, maior alta do Ibovespa. Em nota, o BTG Pactual destacou que a operadora de logística se beneficia da alta do diesel porque sua operação ferroviárias fica mais competitiva ante o transporte rodoviário. O diesel representa 40 a 50 por cento dos custos dos caminhões e responde por cerca de 25 a 30 por cento em despesas operacionais da Rumo. O BTG também citou que a Rumo possui repasse contratual de 30 por cento da variação dos custos do diesel para os preços.

- CVC BRASIL, operadora de turismo, subiu 5,62 por cento, com o setor sensível à economia doméstica como um todo recuperando-se após perdas recentes expressivas. CYRELA ganhou 6,02 por cento e LOCALIZA avançou 5,65 por cento.

- VALE caiu 1,25 por cento, na esteira do recuo dos preços do minério de ferro na China.

- SUZANO encerrou em queda de 5,99 por cento, na esteira do declínio do dólar ante o real, que abriu caminho para algum ajuste no papel, que acumula em 2018 elevação de mais de 130 por cento. O setor de papel e celulose como um todo recuou, com FIBRIA em queda de 2 por cento e KLABIN UNIT cedendo 1,5 por cento.

 

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