Crise na Líbia beneficiou ações da Petrobras que, por sua vez, compensaram as perdas da Vale no período (Raul Júnior/VOCÊ S/A)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2011 às 20h08.
São Paulo – O Ibovespa é o índice de ações que sofreu o menor abalo diante da catástrofe ocorrida no Japão, em comparação às 10 principais bolsas de valores do mundo, segundo levantamento realizado nesta sexta-feira (26) por EXAME.com.
Menos exposto aos problemas da crise de dívida dos países europeus, aos conflitos no norte da África e Oriente Médio e ao terremoto ocorrido no Japão, o Ibovespa foi beneficiado nas últimas duas semanas pela divulgação de resultados corporativos.
Entre 10 de março (dia que antecedeu a tragédia no Japão) e 24 de março, os pontos negativos que afetaram o Ibovespa incluem as exportações de minério de ferro e aço para a Ásia, o que inicialmente prejudicou as ações de siderúrgicas e mineradoras, pesando sobre o desempenho do índice brasileiro.
“Sem mencionar as questões internas que envolvem ambos setores, como uma possível saída de Roger Agnelli da Vale e a venda de ações da Gerdau, acredito que as companhias estão ‘sem fôlego’ para se recuperar. As empresas foram prejudicadas nos dias posteriores a tragédia no Japão”, afirma o analista do BB Investimentos, Hamilton Moreira Alves. As ações ordinárias da mineradora (VALE3), por exemplo, caíram 2,59% entre os dias 10 e 16 de março.
As perdas foram compensadas no período em análise pela crise na Líbia, que resultou na alta dos preços do petróleo. Ontem, o barril já era negociado acima dos 105 dólares. A situação beneficiou os papéis da Petrobras. Com grande peso no índice, as ações da estatal ajudaram a anular as perdas dos papéis da Vale. No acumulado do mês até dia 24 de março, as ações ordinárias da Vale (VALE3) registraram queda de 6,11%, enquanto as da Petrobras (PETR3) subiram 1,73%.
O período ainda conta com a piora da situação fiscal dos países europeus. O fato, contudo, teve um impacto menor no Brasil do que em comparação com as bolsas da Alemanha, França e Reino Unido. “O setor bancário do Brasil, por exemplo, sofreu mais durante a crise americana do que com o problema que estamos observando agora na Europa", explica Alves.
O fluxo de capitais para a bolsa brasileira também teve um importante peso no desempenho do Ibovespa nestas duas semanas, ao mesmo tempo em que aumentavam as tensões na Ásia com a possibilidade de uma crise nuclear no Japão. Houve uma forte saída de capital do país na primeira semana após o terremoto. Contudo, o regresso do capital externo melhorou a partir de 18 de março, quando o volume negociado nas sessões voltou a crescer.
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Ranking | Índices | Pontos (10/03) | Pontos (24/03) | Var. (%) | Pior Momento* | Var. (%) |
---|---|---|---|---|---|---|
1º | Ibovespa | 66.040,65 | 67.532,96 | 2,26% | 65.463,01 | -0,87% |
2º | Dow Jones | 11.984,61 | 12.170,56 | 1,55% | 11.555,48 | -3,58% |
3º | Nasdaq | 2.701,02 | 2.736,42 | 1,31% | 2.603,50 | -3,61% |
4º | S&P500 | 1.295,11 | 1.309,66 | 1,12% | 1.249,05 | -3,56% |
5º | Shanghai Composite | 2.957,14 | 2.977,81 | 0,70% | 2.850,94 | -3,59% |
6º | FTSE 100 | 5.845,29 | 5.880,87 | 0,61% | 5.591,59 | -4,34% |
7º | CAC 40 | 3.963,99 | 3.968,84 | 0,12% | 3.693,94 | -6,81% |
8º | DAX 30 | 7.063,09 | 6.933,58 | -1,83% | 6.483,39 | -8,21% |
9º | Hang Seng | 23.614,89 | 22.915,28 | -2,96% | 22.123,26 | -6,32% |
10º | Nikkei 225 | 10.434,38 | 9.435,01 | -9,58% | 8.227,00 | -21,15% |
*O pior momento é definido como a menor pontuação durante os pregões entre os dias 10 e 24 de março