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Ibovespa fecha em alta pelo 6º pregão consecutivo e avança 8,3% na semana

Criação de empregos nos EUA aumenta otimismo sobre recuperação das principais economias do mundo

Bolsa: Ibovespa sobe 0,89% e encerra em 94.637,06 pontos (Jesada Wongsa/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa sobe 0,89% e encerra em 94.637,06 pontos (Jesada Wongsa/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 5 de junho de 2020 às 17h30.

Última atualização em 5 de junho de 2020 às 17h50.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em alta pelo sexto pregão consecutivo, nesta sexta-feira, 5, após os dados do mercado de trabalho americano ir contra todas as projeções e apresentar queda do desemprego em maio. Com isso, o índice subiu 0,86% e encerrou em 94.637,06 pontos, renovando a maior pontuação desde 6 de março. Na semana, a valorização foi de 8,3%.

O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, divulgou o payroll, que mede a variação a dos postos de trabalhos não-agrícolas. Segundo o relatório, foram criados 2,5 milhões de empregos em maio, ante uma expectativa de perdas de 8 milhões de postos. Com isso, o desemprego no país caiu de 14,7% para 13,3%, enquanto o mercado esperava que taxa subisse para 19,7%.

Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, classificou o payroll como "o melhor da história" dada as circunstâncias. Segundo ele, isso foi possível graças a dinâmica do mercado de trabalho americano. “Lá eles destroem e criam empregos em uma velocidade muito forte.”

"A expectativa era de uma queda severa do mercado de trabalho. Mas os números vieram extremamente melhores. É uma diferença de 10 milhões de empregos [com relação às expectativas]. O mercado está animado numa força que não se via há tempos", afirmou Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset.

Com sinais de recuperação econômica e afrouxamento das quarentenas, Spyer vê os investidores globais migrando de ações que poderiam se beneficiar das quarentenas, como Netflix e Zoom, para outras atrelados à reabertura das economias. "O pessoal está zerando posições nesses ativos. As ruas estão lotadas na Europa e nos Estados Unidos. Está se reduzindo o temor de uma segunda onda de contaminação", disse.

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Apesar do tom positivo, Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, notou que muitos investidores aproveitaram o movimento de alta para realizar de curto prazo. Pouco minutos após a abertura, o Ibovespa chegou a subir mais de 3%, chegando a superar os 97 mil pontos. "Como a bolsa abriu muito forte, a gente já vê indícios de realização. O que é normal, depois de uma semana boa", afirmou.

Também esteve no radar dos investidores os pacotes de estímulos de governos e banco centrais, que podem acelerar a recuperação econômica. Na véspera, o Banco Central Europeu elevou seu programa de compra de títulos de 750 bilhões de euros para 1,35 trilhão de euros. Também são esperados mais incentivos por parte dos Estados Unidos. De acordo com a agência Bloomberg, membros do governo estimam que mais de 1 trilhão de dólares ainda deve ser usados para atenuar os impactos do coronavírus. O montante, no entanto, deve ser liberado somente a partir do próximo mês, ainda segundo a agência.

Em meio ao otimismo com as reaberturas, as ações ligadas ao setor de viagens voltaram liderar as altas do Ibovespa. As ações companhias aéreas Azul e Gol subiram 10,9% e 9,74%, respectivamente, enquanto os papéis da agência de turismo CVC avançaram 7,1%. Somente nesta semana, essas três ações subiram mais de 40%.

Com o dólar caindo para abaixo dos 5 reais, ações de empresas com produção destinada à exportação figuraram entre as maiores baixas. As companhias de papel e celulose Suzano e Klabin tiveram respectivas perdas de 3,89% e 3,09%. Entre os frigoríficos, os piores desempenhos ficaram com os papéis da Marfrig que caíram 3,57%.

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