Mercados

Ibovespa fecha em alta com ajuda do exterior; Petrobras reduz ganhos

Depois de abrir em queda com piora de percepção sobre recuperação econômica, tom positivo só foi prevalecer nos instantes finais do pregão

Bolsa: Ibovespa sobe 1,59% e encerra em 79.010,81 pontos (Paulo Whitaker/Reuters)

Bolsa: Ibovespa sobe 1,59% e encerra em 79.010,81 pontos (Paulo Whitaker/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de maio de 2020 às 17h20.

Última atualização em 14 de maio de 2020 às 17h42.

A bolsa brasileira fechou em alta, nesta quinta-feira, 14, depois de passar a manhã no vermelho e oscilar sem viés definido no período da tarde. O tom positivo só foi prevalecer na última hora de pregão, puxado pelo mercado americano, que melhorou com a valorização de ações de grande bancos. 

Nos minutos finais, o Ibovespa, principal índice de ações, chegou a estender a alta, após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que sua relação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, melhorou. Com isso, o índice encerrou em 1,59%, em 79.010,81 pontos. A alta só não foi maior devido às ações da Petrobras, que fecharam em queda de mais de 2% à espera do balanço do primeiro trimestre.

No início da tarde, as bolsas americanas engataram um tom mais otimista, após o discurso do presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari. "Ele deu mais indícios positivos sobre estímulos econômicos, o que ajudou os bancos lá fora", afirmou Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus. 

Na véspera, Powell havia dito que novos estímulos seriam necessários para atenuar os impactos do coronavírus covid-19 na economia americana. Mas o lado negativo de seu discurso ganhou maior relevância. "Ontem, ele jogou um balde de água fria, com aquela fala meio dramática sobre o tamanho da crise", disse Laatus. Por lá, o S&P 500 fechou em alta de 1,15%. Ações de grandes bancos, como Goldman Sachs, JP Morgan e BofA subiram mais de 4%.

Apesar da melhora dos mercados, os investidores ainda estão preocupados com a possibilidade de o fim da crise econômica mundial demorar mais do que vinha sendo esperado.

Nesta manhã, os dados semanais de pedidos de auxílio desemprego dos EUA, apontaram para mais 2,981 milhões demissões. A quantidade voltou a ficar acima da expectativa média do mercado, que era de 2,5 milhões de pedidos. Desde meados de março, já são mais de 33 milhões de pedidos de auxílio desemprego no país.

Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, acredita que os dados tenham ajudado a reforçar a perspectiva do mercado de que a recuperação da economia será lenta. "A gente pensava que a economia americana se recuperaria em forma de "V", ou seja, cairia rápido e subiria rápido. Mas isso não vai acontecer. Pode ser que seja em "W", ameaçando recuperar e caindo novamente", disse.

Destaques

Em linha com os bancos americanos, o setor bancário brasileiro apresentou fortes ganhos na bolsa e teve grande contribuição na alta do Ibovespa, devido ao seu peso no índice. Nesta sessão, os papéis do Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander subiram mais de 4%. O Bradesco, que mais se valorizou entre eles, teve alta de 5,49% na bolsa.

Por outro lado, os papéis da Petrobras fecharam em queda às vésperas da divulgação do balanço do primeiro trimestre. Com participação de cerca de 10% no Ibovespa, a estatal impediu que a bolsa subisse ainda mais. A expectativa é a de que a depreciação do barril de petróleo exerça forte pressão sobre o resultado da companhia. Depois de chegar a cair mais de 4% ao longo do dia, a ação ordinária da Petrobras caiu 1,08% e a preferencial, 2,43%. 

"Em dia de balanço é comum o investidor ficar mais receoso. Muitas vezes, diminuem ou encerram a posição", disse Gabriel Ribeiro, analista da Necton Investimentos

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresIbovespa

Mais de Mercados

Banco americano passa a recomendar ação brasileira que subiu mais que a Amazon desde 2000

Onde investir no segundo semestre em renda fixa, de acordo com o BTG Pactual

Ações da Zamp (ZAMP3) caem mais de 8% após anúncio de aumento de capital

Petrobras (PETR4) sobe mais de 2,4% após anúncio de aumento do preço da gasolina e do gás de cozinha

Mais na Exame