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Ibovespa bate recorde e fecha acima dos 119 mil com recuperação de bancos

Entrada de estrangeiros contribuíram para valorização do setor na Bolsa

Ibovespa: Bolsa bate novo recorde e fecha em acima dos 119 mil pontos pela primeira vez (Chuanchai Pundej/EyeEm/Getty Images)

Ibovespa: Bolsa bate novo recorde e fecha em acima dos 119 mil pontos pela primeira vez (Chuanchai Pundej/EyeEm/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 18h20.

Última atualização em 23 de janeiro de 2020 às 19h25.

São Paulo - Com as negociações impulsionadas pela alta dos bancos, o Ibovespa subiu 0,96% no pregão desta quinta-feira (23) e voltou a bater recorde de fechamento, em 119.527,63 pontos. Na maior pontuação do dia, o índice chegou a 119.534 pontos, renovando a máxima histórica.

Quem vê apenas o resultado pode pensar que o dia foi de pura euforia na Bolsa - mas não foi. Pela manhã, o Ibovespa chegou a cair 1,25%, tendo como pano de fundo a queda de 2,75% do índice de Xangai e com o mercado europeu operando no negativo. O recuo acionou ordens de “stop loss” (venda automática) em diversos homebrokers. Mas, para frustração de alguns e alegria de outros, o índice passou por uma recuperação acentuada no período da tarde, formando o que os traders chamam de “efeito violino”.

A recuperação foi puxada principalmente pelas ações dos grandes bancos, que tiveram apreciação expressiva. A maior alta ficou com os papéis do Banco do Brasil, que subiram 5,62%. As ações do Bradesco, Itaú e Santander tiveram respectivas apreciações de 2,64%, 2,37%, e 1,96%. Mesmo com as valorizações, nenhum deles conseguiu reverter as últimas perdas e se encaminham para fechar janeiro no vermelho.

Segundo Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset, a entrada de estrangeiros no pregão desta quinta contribuiu para que o setor tivesse um dia positivo na Bolsa. “Observamos um forte fluxo de compra em ações de primeira linha, principalmente bancos. Os gringos chegaram!”, afirmou. 

Essa maior entrada de capital externo nos grandes bancos também fez com que alguns investidores locais aumentassem a alocação nesses ativos, segundo Fernando Siqueira, gestor de renda variável da Infinity Investimentos. “Eles compram com medo de ficar muito atrás do Ibovespa”, disse,

Siqueira avaliou que, com as recentes desvalorização dos bancos, os papéis se tornaram mais atrativos. “Isso se aplica até mais no caso do Banco do Brasil”. De acordo com o gestor, a notícia do Valor sobre a privatização do braço de investimentos do BB, o BB DVTM, também serviu de gatilho para as ações.

Apesar da segunda alta consecutiva, o temor sobre o coronavírus chinês, que levou a Bolsa à maior queda do ano na terça-feira (21), ainda está presente. Nesta terça, o mercado de commodities voltou a sentir seus efeitos, com o petróleo chegando a recuar 3% na mínima do dia. Desde terça, quando o surto de coronavírus começou a ganhar mais notoriedade, o preço do petróleo caiu cerca de 5%.

Tal queda tende a beneficiar as companhias aéreas, que chegaram a figurar entre as maiores altas do Ibovespa nesta quinta. As ações da Gol subiram 5,03% e as da Azul, 2,68%. A desvalorização do dólar frente ao real também favoreceu os papéis. A moeda americana fechou em baixa de 0,2%.

A maior valorização da sessão, no entanto, ficou com os papéis da Braskem, que saltaram 7,26%. A petroquímica vem se apreciando na Bolsa desde que fechou um acordo, no início do mês, para realocar a população de quatro bairros de Maceió que tiveram fissuras no solo causadas por uma mina de sal-gema da companhia. No ano, a Braskem acumula alta de 30,65%, ficando atrás somente da Via Varejo na liderança do Ibovespa.

Fora do índice, os papéis da Oi subiram 9,18% tendo no radar a venda de sua participação de 25% na operadora angolana Unitel para a petrolífera Sonagol, do mesmo país. Segundo informações do colunista Lauro Jardim, de O Globo, a compra da fatia custou 1 bilhão de dólares.

* Com colaboração de Natalia Flach

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