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Ibovespa recua 1,5% e fecha abaixo de 80 mil pontos com panorama eleitoral

Índice cedeu 1,49 por cento, a 79.151,70 pontos, abandonando o viés mais positivo do começo da sessão, quando subiu 0,7 por cento

Ibovespa: giro financeiro do pregão atingiu 10,6 bilhões de reais (Germano Lüders/Exame)
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Reuters

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 17h08.

Última atualização em 8 de agosto de 2018 às 17h51.

São Paulo - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, acelerando as perdas no final da sessão puxado pelo forte declínio de ações blue chips, com agentes financeiros preferindo cautela dado o panorama eleitoral ainda bastante incerto no país.

A ampliação da queda do petróleo e o pano de fundo de maior tensão comercial entre Estados Unidos e China corroboraram o viés negativo, apesar de balanços considerados robustos na sessão, entre eles o da siderúrgica Gerdau.

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O principal índice de ações da B3 cedeu 1,49 por cento, a 79.151,70 pontos, abandonando o viés mais positivo do começo da sessão, quando subiu 0,7 por cento. O giro financeiro do pregão atingiu 10,6 bilhões de reais.

"Isso reflete o receio de alguma informação com mercado fechado, ou seja, os investidores preferindo a cautela no curtíssimo prazo", afirmou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, referindo-se à piora no final da sessão.

De acordo com ele, investidores seguem acompanhando os movimentos políticos e o noticiário nesta sessão não foi "tão animador" para o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, com viés pró-mercado.

Pesquisa CNT/MDA divulgada no final da manhã mostrou o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, com 18,9 por cento das intenções de voto no Estado de São Paulo em cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Alckmin teve 15 por cento. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, porém, os dois estão em empate técnico.

Para o gestor Igor Lima, sócio da Galt Capital, a pesquisa não confirmou evolução do candidato tucano mas, por outro lado, também não mostrou deterioração, que parecia ser o grande medo do mercado na terça-feira, sem uma grande reação no pregão quando os números saíram.

A bolsa paulista está bastante sensível às expectativas relacionadas a novas pesquisas eleitorais após a definição das chapas que estarão na disputa presidencial, conforme o quadro ainda segue bastante nebuloso.

De acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há registrada uma pesquisa sobre intenções de votos para presidente encomendada pela XP Investimento com data de divulgação a partir desta quinta-feira. O grupo tem divulgado o levantamento às sextas-feiras.

A ampliação da queda nos preços do petróleo no exterior endossou o viés negativo no pregão brasileiro, uma vez que pesa nas ações da Petrobras, que têm relevância na composição do Ibovespa.

O panorama global ainda trazia de pano de fundo aumento da tensão comercial entre Washington e Pequim, com a China retaliando medidas tarifarias recentes dos EUA.

Destaques

- PETROBRAS PN caiu 2,75 por cento, afetada pela ampliação da queda do petróleo no exterior, mas também pela cautela com o cenário eleitoral. PETROBRAS ON cedeu 2,02 por cento.

- BRADESCO PN fechou em baixa de 2,39 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN recuou 2,34 por cento, com o setor bancário também entre os mais vulneráveis a desdobramentos do noticiário sobre a disputa presidencial. BANCO DO BRASIL cedeu 2,8 por cento.

- VALE recuou 0,66 por cento, contaminada pela deterioração no mercado como um todo, apesar da alta do preço do minério de ferro à vista na China.

- GERDAU PN subiu 3,12 por cento, após divulgar um Ebitda ajustado de 1,756 bilhão de reais no segundo trimestre, o melhor resultado trimestral desde 2008 e alta de 56,8 por cento frente ao mesmo período do ano anterior, com a margem Ebitda subindo a 14,6 por cento.

- CSN cedeu 0,31 por cento, abandonando os ganhos verificados em boa parte da sessão, mesmo após reportar alta de 58 por cento no Ebitda ajustado de abril a junho, com margem Ebitda de 24 por cento, enquanto a relação dívida líquida/Ebitda ajustado recuou para 5,34 vezes.

- CIELO subiu 5,42 por cento, experimentando uma trégua após fortes quedas recentes que levaram o papel a atingir mínima intradia desde junho de 2013 na terça-feira, a 13,04 reais. No ano, os papéis acumulam queda de quase 40 por cento.

- VIA VAREJO UNIT cedeu 6,9 por cento, em sessão negativa para o setor de varejo e consumo, com MAGAZINE LUIZA perdendo 4,02 por cento, após atingir máxima histórica na véspera e tendo no radar relatório do Bradesco BBI cortando a recomendação dos papéis para "neutra".

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