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Ibovespa abre em queda e promete volatilidade

Bolsa mostra sinais de fraqueza nesta segunda-feira e pode devolver parte da alta de quase 3% acumulada nos dois primeiros dias do mês

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2012 às 11h38.

São Paulo - Após iniciar março em ritmo acelerado, a Bovespa mostra-se mais fraca nesta segunda-feira e pode devolver parte da alta de quase 3% acumulada nos dois primeiros dias do mês. O Ibovespa abriu em queda de 0,39%, aos 67.515,22 pontos. Às 11h12, caia 0,22%, aos 67.629,33 pontos.

A forte agenda econômica prevista para esta semana, pelo mundo, deve trazer volatilidade aos ativos, com os investidores à espera de um desfecho sobre a dívida da Grécia e de números favoráveis sobre as maiores economias do mundo. Por enquanto, a desaceleração acentuada prevista pela China em 2012 tira o ímpeto dos negócios na abertura.

"A Bolsa deve começar no vermelho, mas pode ser que essa realização de lucros seja absorvida ao longo do dia", avalia o economista da Legan Asset Fausto Gouveia. Para ele, o excesso de liquidez global tem favorecido uma realocação de portfólios e mantido a tendência de alta dos principais ativos de risco. "Não é nem fundamento; o principal é o fluxo", diz.

O profissional lembra, porém, que a semana reserva uma série de indicadores econômicos importantes nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, o que deve provocar um intenso vaivém nos mercados financeiros globais. Entre os destaques, estão, o relatório do mercado de trabalho norte-americano (payroll) em fevereiro; a primeira revisão do PIB da zona do euro no trimestre passado, amanhã; e os dados sobre atividade, inflação e comércio exterior na China ao longo da semana.

Além disso, na quinta-feira termina o prazo para os credores privados aderirem à troca de títulos da Grécia. Os investidores estão receosos quanto à participação desses credores na troca de bônus gregos, que pode não atingir o nível exigido. Segundo a revista alemã Der Spiegel, o Banco Central Europeu (BCE) espera que a taxa de participação dos credores privados no acordo de reestruturação voluntária da dívida seja muito baixa.

É necessária uma taxa de 75% para que a troca de bônus seja realizada e uma taxa de 67% para permitir o uso das cláusulas de ação coletiva (CAC, na sigla em inglês). "Os mercados estão um pouco cansados sobre essa questão grega e não acho que vai acontecer o pior", avalia Gouveia.

Por ora, o principal fator a movimentar a Bolsa hoje é a meta de crescimento econômico mais fraco na China. Durante o Congresso Nacional Popular, o governo de Pequim abandonou a marca simbólica de 8% para o PIB chinês e fixou como meta uma expansão de 7,5% neste ano, no nível mais baixo em oito anos.


A redução da estimativa penaliza os metais básicos e reforça as preocupações quanto à recuperação econômica global. As bolsas de Hong Kong e de Xangai fecharam em baixa.

No Brasil, a semana começa com a divulgação dos números do PIB brasileiro no trimestre passado, que saem amanhã, e termina com o IPCA de fevereiro, na sexta-feira. Mas o evento mais importante é a decisão dos juros básicos pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na noite da quarta-feira.

Uma nova redução da Selic, hoje em 10,50% ao ano, é dada como certa. A dúvida é sobre a magnitude do corte: se de meio ponto porcentual, 0,75 pp ou até mesmo 1 pp. "É o Copom mais esperado do ano e qualquer decisão mexe na curva dos DIs, tem impacto no câmbio e reflete na Bolsa", completa o profissional da Legan Asset.

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