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HSBC eleva ação da Hypermarcas, mas ainda vê futuro sombrio

Empresa agora está mais focada nas áreas mais lucrativas, avalia banco

As ações da empresa têm uma alta de 20% em janeiro, a maior da bolsa (Germano Lüders/EXAME.com)

As ações da empresa têm uma alta de 20% em janeiro, a maior da bolsa (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2012 às 18h33.

São Paulo – Os analistas do HSBC elevaram nesta terça-feira as estimativas para a Hypermarcas (HYPE3) após um longo período de revisões para baixo das perspectivas para a empresa. O preço-alvo passou de 9 reais para 11 reais, mas a recomendação neutra foi reiterada pelos analistas Francisco Chevez e Manisha Chaudhry, que assinam o relatório.

“Acreditamos que a Hypermarcas adotou medidas positivas ao consolidar sua posição como líder do setor de Produtos Farmacêuticos e de Higiene Pessoal. Entretanto, a visibilidade dos lucros continua sombria e a administração tem que restabelecer sua credibilidade antes que possamos adotar uma opinião mais positiva a respeito da ação”, explicam.

A análise publicada hoje pelo banco representa uma mudança na visão sobre a fabricante de bens de consumo. Em 9 de novembro, os analistas avaliaram que os resultados do terceiro trimestre tinham sido “decepcionantes em todos os aspectos”. O preço-alvo foi rebaixado de 14 reais para 9 reais.

As ações da empresa têm uma alta de aproximadamente 20% em janeiro, a maior dentro do índice Bovespa. Em um ano, contudo, os papéis ainda amargam a queda de 50%.

Desempenho das ações em um ano:

Reestruturação

A Hypermarcas reduziu a estimativa de lucro operacional (Ebitda) para 2011 de 900 milhões de reais para 700 milhões de reais – a projeção já tinha sido reduzida de 1 bilhão de dólares. Para 2012, o guidance foi estabelecido em 850 milhões de reais. Em dezembro, a empresa convocou os analistas do mercado para apresentar os novos planos.


Como parte de sua reestruturação, a Hypermarcas tem vendido alguns negócios nas áreas de limpeza e alimentos para fortalecer a atuação nos segmentos de medicamentos e cuidados pessoais, que possuem margens maiores. “Agora a Hypermarcas pode focar em suas divisões mais lucrativas e melhorar a execução”, dizem os analistas do HSBC.

Eles lembram que a empresa irá utilizar os 445 milhões de reais da venda de ativos para reduzir sua dívida, o que deve diminuir as despesas com juros neste ano em 50 milhões de reais, para 32 milhões de reais. Com isso, aliado ao aumento das margens operacionais, o lucro por ação estimado para 2012 salta de 54 centavos para 67 centavos.

Outro problema enfrentado pela empresa foi uma nova abordagem comercial com os distribuidores. A Hypermarcas aumentou os preços e reduziu os prazos de pagamento para os atacadistas, mas o resultado não foi o esperado. Os lojistas preferiram primeiro utilizar os estoques e as compras foram reduzidas drasticamente.

O HSBC estima que o processo de ajuste na política comercial está próximo de ser finalizado e deve ser concluído até o final de março. “Acreditamos que isso irá se traduzir em uma recuperação no crescimento da receita em 2012, para 10% e 15%, respectivamente, em produtos farmacêuticos e de higiene pessoal, em linha com a expectativa da administração para o crescimento da indústria no ano”, ressaltam.

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