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Heineken corta projeção de margem por Brasil e ações caem

As ações da Heineken fecharam em queda de 5,26%, para 87,50 euros, no pior desempenho entre as principais ações europeias do índice FTSEurofirst

Heineken: antes da queda na bolsa, a fabricante das cervejas Heineken Lager, Tiger, Sol e Strongbow disse que sua margem operacional cairia 20 pontos básicos em 2018 (Paulo Whitaker/Reuters)

Heineken: antes da queda na bolsa, a fabricante das cervejas Heineken Lager, Tiger, Sol e Strongbow disse que sua margem operacional cairia 20 pontos básicos em 2018 (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de julho de 2018 às 13h38.

Bruxelas - A Heineken, segunda maior fabricante de cerveja do mundo, cortou suas projeções de margem para o ano todo devido à fraqueza de moedas em alguns mercados mais lucrativos e à expansão no Brasil, derrubando suas ações na segunda-feira.

A fabricante das cervejas Heineken Lager, Tiger, Sol e Strongbow reportou lucros no primeiro semestre abaixo das expectativas do mercado e disse que sua margem operacional cairia 20 pontos básicos em 2018, em comparação com uma previsão anterior de aumento de 25 pontos básicos, após ter caído drasticamente nos primeiros seis meses do ano

No geral, a cervejaria vendeu mais cerveja nos primeiros seis meses de 2018 do que o esperado, com o crescimento mais acelerado nos seus dois mercados mais lucrativos - Vietnã e México -, juntamente com o Brasil, Camboja, África do Sul, Etiópia e Rússia.

As ações da Heineken fecharam em queda de 5,26 por cento, para 87,50 euros, no pior desempenho entre as principais ações europeias do índice FTSEurofirst.

A cervejaria holandesa, cuja Heineken Lager é a mais vendida na Europa, disse que a nova orientação se deve ao impacto negativo do câmbio em países com margens mais altas, como o Vietnã, e um maior efeito da diluição de seus negócios brasileiros em expansão.

A Heineken adquiriu as operações brasileiras deficitárias da japonesa Kirin em 2017 para se tornar a segunda participante do país da América do Sul, e já havia alertado sobre um impacto nas suas margens.

"Estamos aumentando a margem, mas ainda não está na média do grupo e, ao mesmo tempo, temos um crescimento de dois dígitos em volume e receita, o que francamente não esperávamos", disse à Reuters a vice-presidente financeiro Laurence Debroux.

Ela acrescentou que a Heineken agora acredita que as margens brasileiras podem subir para os níveis médios da empresa.

"Um ano atrás nós não queríamos dizer isso porque ainda não dava para prever, mas neste momento nós achamos que isso é possível ... Nós achamos (em) três a cinco anos", disse ela.

Trevor Stirling, analista de bebidas da Bernstein Securities, disse que há "uma longa lista de fatores e eventos extraordinários" explicando a fraqueza do lucro do primeiro semestre.

"Se você é um otimista, você diria que muitas das fraquezas do primeiro semestre são de efeito único e o alto crescimento no Brasil é positivo a longo prazo, mas então você precisa fazer muito melhor no segundo semestre para atingir a orientação revista", disse ele.

O crescimento mais forte da receita foi parcialmente compensado por maiores despesas e maiores custos de insumos, notadamente para o alumínio, disse Heineken.

O lucro operacional da cervejaria no primeiro semestre, sem efeitos extraordinários, cresceu 1,3 por cento, para 1,75 bilhão de euros, abaixo da previsão de 1,89 bilhão de euros, segundo pesquisa da Reuters.

A margem operacional caiu 118 pontos básicos. Excluindo o Brasil, esse declínio teria sido de 76 pontos básicos.

O lucro por ação de 1,89 euros também ficou abaixo da previsão de consenso da Reuters de 1,95 euros.

 

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