Hapvida (Hapvida/Divulgação)
Guilherme Guilherme
Publicado em 17 de maio de 2022 às 12h09.
Última atualização em 17 de maio de 2022 às 18h29.
As ações da Hapvida (HAPV3) desabaram 16,58% e lideram as perdas do Ibovespa nesta terça-feira, 17. Os papéis fecharam o dia negociados a R$ 6,52, no menor patamar desde março de 2020. O movimento destoa do tom positivo no pregão, com o principal índice da bolsa fechando em alta.
A reação negativa de investidores ocorre após o resultado do primeiro trimestre da companhia ter saído abaixo das expectativas. Uma das principais decepções ficou com o Ebitda (lucro antes de juros impostos depreciação e amortização) de R$ 206,6 milhões de reais. O número saiu 64,5% abaixo do consenso de mercado da Bloomberg, que era de R$ 583,9 milhões.
O lucro líquido ajustado caiu 69,9% na comparação anual para R$ 78,1 milhões. A queda foi resultado da alta de custos assistenciais e administrativos que não foi acompanhada pelo crescimento da receita.
Excluindo os efeitos da entrada da NotreDame Intermédica (GNDI) no negócio, os custos assistenciais da Hapvida cresceram 19,6%, enquanto a receita aumentou apenas 9,9%. No resultado consolidado, o aumento de custos assistenciais foi de 144,5% e da receita de 108,4%.
A Hapvida perdeu 60.000 beneficiários de saúde no trimestre e a GNDI, cerca de 4.000. Analistas do Credit Suisse cobraram a entrega do crescimento orgânico, que consideram a "grande alavanca" para a tese da empresa. Eles pontuam, no entanto, que o "crescimento lento (ou mesmo negativo) dos últimos trimestres, aliado às pressões macroeconômicas à frente, aumenta a incerteza sobre o momento de um possível ponto de inflexão".