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Grupo de Eike Batista tem o melhor IPO no setor petrolífero

São Paulo - A OSX Brasil, empresa brasileira de construção de navios e serviços petrolíferos de propriedade do bilionário Eike Batista, não impressiona muito no papel. A companhia só possui um navio, o OSX1, que será alugado para outra empresa de Eike, além de terras no sul do Brasil onde se planeja construir um estaleiro. […]

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2010 às 14h55.

São Paulo - A OSX Brasil, empresa brasileira de construção de navios e serviços petrolíferos de propriedade do bilionário Eike Batista, não impressiona muito no papel.

A companhia só possui um navio, o OSX1, que será alugado para outra empresa de Eike, além de terras no sul do Brasil onde se planeja construir um estaleiro. A OSX, que teve um prejuízo de 33,4 bilhões de reais no ano passado, também detém 750 milhões de reais em dívidas.

Apesar disso, se tudo sair como planejado, a oferta pública inicial de ações da OSX, marcada para a próxima semana, pode levantar mais de 9,92 bilhões de reais, o segundo maior IPO na história do Brasil e um dos maiores do mundo ao longo do ano passado.

"Como em outros negócios de Eike, as pessoas estão apostando em sua habilidade de erguer e financiar um negócio que ainda não existe", disse Scott Cutler, da NYSE Euronext.

Cutler, que acaba de voltar de uma viagem ao Brasil para se encontrar com potenciais candidatos ao IPO, disse que o interesse na maior economia da América Latina continua grande.

Eike, que na última edição da revista Forbes surgiu como oitavo homem mais rico do mundo, fez a maior parte de sua fortuna com os IPOs de suas empresas de mineração, petróleo, energia e logística.

A OSX Brasil é o mais recente e audacioso IPO, buscando se beneficiar das apostas dos investidores na recuperação da economia global.

O aumento nos preços do petróleo e a crescente demanda chinesa por commodities, como minério de ferro e carvão, têm desencadeado interesse em IPOS do setor de transporte marítimo nas Américas.

A OSX também descobriu um nicho nesse setor, e pretende aproveitar um esperado aumento na demanda de plataformas de petróleo, navios e serviços da OGX Petróleo e Gás Participações, igualmente controlada por Batista, da Petrobras e outras companhias que almejam explorar o petróleo do pré-sal brasileiro.

Empresas sediadas no Brasil que obtêm contratos de exploração de matrizes energéticas são obrigadas a contratar cerca de 70 por cento dos equipamentos e serviços domésticos. A exigência visa blindar as companhias brasileiras contra estaleiros mais competitivos na Ásia.

A OSX vai lançar suas ações no Brasil no dia 17 de março e começar a negociar na bolsa de São Paulo no dia 19 de março.

A empresa pretende vender 5,51 milhões de ações ordinárias, equivalentes a uma participação de 40,4 por cento, a um preço médio entre mil e 1.333,33 reais. A oferta pode aumentar em 1,93 milhões de ações se os financiadores, liderados pelo banco Crédit Suisse, exercitarem sua opção de vender ações adicionais para responder à demanda, valorizando o IPO em até 9,92 bilhões de reais.

Apesar da reputação de toque de Midas de Eike, a OSX não tem renda. A empresa assinou um acordo para alugar o OSX1 à petrolífera OGX e espera alugar outras 47 unidades para a mesma corporação nos próximos dez anos.

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