Mercados

GranBio registra IPO com apelo ESG e cita mercado que cresce 45% ao ano

Produtora de etanol de segunda geração controlada pelos irmãos Gradin prevê captar até 1,5 bilhão de reais com oferta na B3

Estação de produção de etanol celulósico da Granbio em Alagoas: empresa vai à bolsa (Michel Rios/Granbio/Divulgação)

Estação de produção de etanol celulósico da Granbio em Alagoas: empresa vai à bolsa (Michel Rios/Granbio/Divulgação)

MS

Marcelo Sakate

Publicado em 1 de setembro de 2020 às 20h01.

Última atualização em 1 de setembro de 2020 às 21h47.

O mercado de investimentos em empresas com negócios ambientalmente sustentáveis deve ganhar uma nova alternativa nas próximas semanas. A GranBio, empresa de biotecnologia que produz o etanol celulósico ou de segunda geração, protocolou um pedido de oferta pública (IPO) na B3. E faz uso do apelo dos investimentos que atendem aos princípios ESG (sigla em inglês para ambiental, social e de governança) como um fator de atração de investidores.

Fundada em 2011 pelos irmãos Bernardo e Miguel Gradin, ex-sócios da Odebrecht com quem acabaram em litígio , a GranBio tem três áreas de atuação: produção e venda de etanol de segunda geração, a partir de resíduos de cana-de-açúcar; licenciamento e produção de nanocelulose; e pesquisa, desenvolvimento e venda de biomassa, como a cana-energia.

A empresa pretende captar até 1,5 bilhão de reais, segundo o documento protocolado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na segunda-feira, 31. Será uma oferta primária, cujos recursos serão destinados a investimentos para ampliar a capacidade de pesquisa e de produção da companhia e a reforçar a estrutura de capital.

A Gran Investimentos, dos irmãos Gradin, possui 86,04% das ações, enquanto os demais 13,96% pertencem ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O etanol celulósico forma um mercado global que deverá crescer 45% ao ano de 2018 a 2024, diz a companhia no prospecto citando a consultoria Energias Market Research. As razões são legislações que vão exigir o uso de combustível com menor emissão de carbono.

A companhia aponta como um de seus principais ativos o fato de dispor de 130 patentes já aprovadas e 120 em análise, que serão fonte de receitas. A nanocelulose é apontada como um material mais leve e resistente do que o aço, por exemplo, e que pode ter aplicações em diferentes setores da economia, da indústria farmacêutica à de aviação.

"A companhia tem produtos ambientalmente eficientes e alinhados com as políticas ESG", diz a GranBio. Ela destaca ainda um acordo recém-firmado com a NextChem, empresa de engenharia voltada para as energias renováveis, para melhorar seus padrões socioambientais.

Atualmente existem três companhias de combustíveis renováveis com maior volume de negociações na bolsa brasileira, todas especializadas na produção de etanol de primeira geração, a partir da cana-de-açúcar. A maior delas é a Cosan, que faz parte do Ibovespa. São Martinho e Biosev completam a lista. Neste ano, as ações da Cosan subiram 20%.

Acompanhe tudo sobre:B3BiotecnologiaBNDESEtanolIPOsNovonor (ex-Odebrecht)Ofertas de ações

Mais de Mercados

Eleição no Reino Unido não muda cenário para ativos e risco de crise é "muito alto", diz Gavekal

Americanas (AMER3): posição em aluguel na bolsa dobra no ano e representa mais de 30% do free float

Após eleições, Goldman Sachs eleva previsão de crescimento do Reino Unido

Ibovespa fecha em leve alta com payroll nos EUA; dólar cai a R$ 5,46

Mais na Exame