Mercados

Governo prepara novas medidas para frear câmbio, diz fonte

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem repetido que tomará todas as medidas necessárias para evitar que o câmbio fortalecido prejudique os exportadores brasileiros

Ao longo do dia, as cotações do dólar devem ficar mais perto da estabilidade, assim como ocorre no exterior (Alex Wong/Getty Images)

Ao longo do dia, as cotações do dólar devem ficar mais perto da estabilidade, assim como ocorre no exterior (Alex Wong/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2012 às 16h43.

São Paulo - O governo está preparando novas medidas para frear as altas do real, moeda mais valorizada entre as as principais do mundo, disse uma autoridade a par dos planos. O dólar elevou a alta no dia.

O dólar operava em alta de 1 por cento, a R$ 1,7127, às 14:38. Mais cedo, chegou a cair 0,4 por cento, com o real atingindo seu nível mais forte ante a moeda americana desde 31 de outubro. A autoridade, que pediu anonimato porque as discussões não são públicas, não deu detalhes sobre as medidas.

Os mercados emergentes estão recebendo um forte fluxo de recursos devido às “políticas expansionistas” adotadas por países desenvolvidos para estimular o crescimento econômico, disse ontem o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. O BC voltou a intervir no mercado de câmbio no dia 3 de fevereiro com um leilão de moeda a termo. Hoje, o BC fez leilão de swap cambial e comprou dólar no mercado à vista.

“O governo já disse que vai se proteger da guerra cambial”, disse Alfredo Barbutti, economista da Liquidez DTVM Ltda, em entrevista por telefone de São Paulo. “Está se protegendo das consequências do afrouxamento monetário que está sendo adotado pelos quatro principais bancos centrais do mundo -- Estados Unidos, Europa, Japão e Reino Unido.”

Desde o início do ano, investidores e exportadores trouxeram US$ 12,5 bilhões em recursos para o Brasil. Em dezembro, houve saída de US$ 1,9 bilhão.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem repetido que tomará todas as medidas necessárias para evitar que o câmbio fortalecido prejudique os exportadores brasileiros. No ano passado, a Fazenda passou a cobrar Imposto sobre Operações Financeiras de alguns derivativos cambiais e, em 2010, aumentou a tributação para a compra de títulos de renda fixa no mercado local por investidores estrangeiros.

O Ministério da Fazendo se negou a comentar, segundo a assessoria de imprensa.

No ano, o real acumula valorização de 8,8 por cento, moeda mais valorizada entre as 16 principais divisas mundiais acompanhadas pela Bloomberg.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólarMercado financeiroMoedas

Mais de Mercados

BRF compra planta de processados na China por R$ 460 milhões para expandir atuação na Ásia

A estratégia do C6 Bank para crescer com IA generativa

JP Morgan diz que pacote fiscal 'não recuperou credibilidade' e projeta Selic a 14,25%

Dólar hoje: fechou em alta nesta quinta-feira, 28