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George Soros diz que pandemia é a crise de sua vida

Investidor bilionário acredita em mudanças permanentes devido ao coronavírus

George Soros: aos 89 anos, bilionário disse que vivemos uma crise sem precedentes (Miguel Villagran/Getty Images)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de maio de 2020 às 13h57.

Última atualização em 13 de maio de 2020 às 15h12.

George Soros nasceu durante a Grande Depressão e atravessou momentos históricos, como a Segunda Guerra Mundial. Porém, nenhum outro momento que viveu em seus 89 anos de idade se assemelha ao atual.

Em entrevista publicada pelo Conselho Europeu de Relações Exteriores, Soros afirmou que a pandemia de coronavírus covid-19 é a crise de sua vida. Segundo ele, vivemos um evento sem precedentes com potencial de transformar a forma como vivemos para sempre. “Nós não vamos voltar para onde estávamos quando a pandemia começou. Mas essa é a única certeza que temos”, disse.

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Embora acredite que, no longo prazo, a crise possa aproximar os países uns dos outros, Soros avalia que os governos não se prepararam para o risco de uma pandemia. “Nós temos tido pandemias desde a peste bubônica. (...) Então é incrível o quão despreparados os países estavam para lidar com isso.”

Para Soros, China e Estados Unidos deveriam trabalhar juntos para tentar desenvolver uma vacina contra a doença. “Mas, aparentemente, não podemos porque nós já estamos competindo por quem vai criar — e usar — a vacina.” O investidor avalia que o “medo” é um dos fatores de desunião entre nações e instituições. “E, geralmente, o medo faz as pessoas machucarem a si mesmas.”

De origem húngara, o bilionário se diz preocupado com a sobrevivência da União Europeia. De acordo com ele, a UE está em uma situação de vulnerabilidade por nunca ter sido completa e por ser baseada nas “regras da lei”. “As rodas da Justiça se movem lentamente, enquanto uma ameaça como o vírus covid-19 de move muito rápido”, afirmou.

Soros também teceu comentários sobre o presidente americano, a quem se opõe. “Donald Trump gostaria de ser um ditador. Mas ele não pode ser porque nos Estados Unidos existe uma Constituição que as pessoas continuam respeitando. (...) Mas isso não quer dizer que ele não vá tentar, porque essa é a luta da vida dele.”

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