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Fusões e aquisições devem ter 2023 desafiador após queda este ano, diz S&P

Mercado global de M&A tem queda de 35% de valor até o terceiro trimestre de 2022

Fusões e aquisições: mercado tem espaço para se recuperar no próximo ano (Anyaberkut/Getty Images)

Fusões e aquisições: mercado tem espaço para se recuperar no próximo ano (Anyaberkut/Getty Images)

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Beatriz Quesada

Publicado em 30 de dezembro de 2022 às 14h00.

Última atualização em 30 de dezembro de 2022 às 14h27.

O ano de 2022 foi desafiador para o mercado de fusões e aquisições (M&A), e os desafios devem continuar na mesa para 2023. Levantamento da Standard & Poor's (S&P), agência global de rating, mostrou que o valor total levantado com operações de M&A caiu 35% nos primeiros nove meses de 2022.

"O mercado de M&A continuará a enfrentar ventos contrários no curto prazo. No entanto, devido ao declínio acentuado na atividade em 2022, as negociações não devem diminuir ainda mais em 2023", disse, em nota, Joe Mantone, gerente de mesa de notícias da S&P Global Market Intelligence

“Pode levar algum tempo até que vejamos os volumes de fusões e aquisições atingirem os níveis de 2021, mas superar os totais de 2022 não deve ser uma tarefa difícil”, completou.

O grande obstáculo para o mercado neste ano foi o ciclo de alta nos juros americanos, que subiram cinco vezes consecutivas este ano. Na última decisão,  o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevou a taxa de juro em 0,50 ponto percentual (p.p.), para o intervalo entre 4,25% e 4,5% — o nível mais alto desde 2007. 

Leia também: Depois de “inverno”, bolsa deve ter retomada tímida de IPOs em 2023

“Taxas de juro mais altas e valuations mais baixos nas ações criaram obstáculos significados para o mercado. Durante grande parte de 2022, as operações se tornaram menos atraentes para muitas empresas de private equity porque o custo mais alto da dívida torna mais desafiador alcançar os obstáculos de retorno por meio do uso da alavancagem”, informou o relatório do S&P, publicado em novembro.

O documento aponta que, quando as ações estão em baixa, as empresas ficam mais relutantes em emitir novos papéis a preços baixos e usar os recursos para financiar fusões e aquisições. Lembrando que o mercado de ações americano caminha para encerrar 2022 como seu pior ano desde 2008.

Além disso, os preços mais baixos das ações reduzem os valuations das empresas, fazendo com que os vendedores em potencial relutem em acionar os negócios com avaliações mais baixas.

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