Fundos cambiais disparam com alta do dólar
Já a carteira Petrobras perde 12% e Vale, 6% no mês
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2014 às 10h01.
Os fundos cambiais dispararam neste mês, com 6,17% de ganho médio até dia 19, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais ( Anbima ).
Somente na semana passada, esses fundos renderam em média 1,72%. acompanhando a alta do dólar, de 1,74% na semana e 5,63% no mês. No ano, porém, essas carteiras ainda estão abaixo do CDI de 7,52% no período, com ganho de 0,77%.
O ganho das carteiras cambiais deve continuar nesta semana, pois o dólar segue em alta, atingindo R$ 2,43 hoje, para 2,37 na sexta-feira, um aumento de 2,53%.
Também os fundos multimercados macro e multiestratégia devem melhorar seu desempenho nesta semana, pois muitos gestores apostavam na piora do cenário e na alta da moeda americana. Gestores de grandes fundos como o Verde, do CSHG, apresentavam resultados ruins no ano por conta dessa estratégia, que agora pode dar resultados.
O segmento de ações sofreu menos na semana passada, mas nesta semana deve apresentar resultados piores acompanhando o Ibovespa. Depois de subir 1,74% na semana passada, o Ibovespa está em queda de 3,16% até hoje.
O destaque são os fundos FGTS Petrobras, que perdem 12,4% em setembro, acompanhando o cenário político que mostra maiores chances de reeleição da presidente Dilma Rousseff.
O mercado acredita que, se for reeleita, Dilma manterá a política de intervenção nas estatais e contenção nos preços das tarifas para segurar a inflação, reduzindo os ganhos das empresas. No ano, porém, a Petrobras ainda sobe 24,17%, mas esse ganho deve diminuir nesta semana, com a queda de 5,12% do papel.
Já os fundos da Vale perdem 6,43% no mês e 22,11% no ano, reflexo da piora dos preços do minério de ferro no mercado internacional, que está nos menores níveis dos últimos cinco anos por conta do desaquecimento da economia chinesa.
Vale cai mais 3,43% nesta semana. Em 12 meses, os fundos Petrobras acumulam perda de R$ 350 milhões, enquanto os da Vale têm resgates líquidos de R$ 530 milhões.
Os fundos de investimentos em geral apresentam forte captação este ano, de R$ 54 bilhões, concentrada em fundos DI, o que mostra a busca de proteção dos investidores em meio à incerteza com relação à taxa de juros.
Somente neste mês, entraram R$ 26 bilhões, dos quais R$ 14 bilhões em carteiras DI. Neste mês, a captação é de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 1,6 bilhão em DI.