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Fundo de óleo do Santander pode gerar fusões, IPOs e captações

Banco planeja criar fundos de R$ 2 bilhões para investir em empresas do setor de petróleo e gás; analista acredita que há espaço para mais empresas da área na bolsa

O setor de petróleo deve receber investimentos de R$ 600 bilhões nos próximos anos  (Divulgação/Petrobras)

O setor de petróleo deve receber investimentos de R$ 600 bilhões nos próximos anos (Divulgação/Petrobras)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2011 às 14h25.

Rio de Janeiro - O Banco Santander SA, que pretende levantar cerca de R$ 2 bilhões este ano em dois fundos de participações em empresas da cadeia de petróleo e gás no Brasil, pode ajudá-las a abrir capital, lançar títulos e participar de consolidação.

Os gestores dos dois fundos pretendem identificar entre seis e dez empresas em melhor posição para fornecer equipamentos e serviços para a Petroleo Brasileiro SA e outros produtores, disse Demian Fiocca, um dos sócios da gestora de recursos Mare Investimentos, do Rio de Janeiro, que vai co-gerir os fundos.

“Claramente há espaço para outras empresas do setor na bolsa”, disse Demian Fiocca, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e do Banco Nossa Caixa SA e ex-diretor executivo de planejamento estratégico da Vale SA, em entrevista no Santander no Centro do Rio de Janeiro no dia 3 de fevereiro. ”É um setor em que vamos ver muita demanda por pelo menos 10 anos.”

A indústria de petróleo vai atrair cerca de R$ 600 bilhões de investimentos nos próximos cinco anos com Petrobras, Royal Dutch Shell Plc e Repsol YPF SA explorando campos em águas profundas e no pré-sal, disse Fiocca. A OGX Petróleo e Gás Participações SA levantou R$ 6,7 bilhões em oferta pública inicial em 2008, a HRT Participações em Petróleo SA conseguiu R$ 2,3 bilhão em sua abertura de capital no ano passado e a Petrobras vendeu US$ 70 bilhões em ações em setembro, na maior oferta pública da história. A QGEP

Participações SA pode divulgar hoje resultado de sua oferta pública.

Em princípio, serão dois fundos, disse Fiocca. Um é para investidores nacionais, tem expectativa de ser fechado em poucos meses com captação entre R$ 400 milhões e R$ 600 milhões. O outro é para investidores internacionais e a expectativa dos gestores é de que receba entre US$ 0,5 bilhão e US$ 1 bilhão e seja fechado ainda este ano, após o nacional.

Recursos próprios

O Santander vai contribuir com cerca de 3 por cento do fundo com recursos próprios, disse Geoffrey Cleaver, diretor responsável pela área de private equity do Santander Brasil SA, que só em fundos de infra-estrutura admistra R$ 1,4 bilhão, em entrevista por telefone de São Paulo no dia 3.

Os fundos para a cadeia de petróleo e gás ainda não começaram a captar. Já foram feitas algumas apresentações para investidores institucionais. Os outros dois fundos de private equity do Santander Brasil para infra-estrutura tem como investidores os fundos de pensão Previ, Petros, Funcef, Valia e o BNDES.

Criada no ano passado, a Mare tem como sócios Fiocca; Rodolfo Landim, que fez carreira na Petrobras e presidiu a BR Distribuidora, a OGX e a OSX Brasil SA; o ex-diretor financeiro da BR e da MMX Mineração e Metálicos SA Nelson Guitti e Claudio Coutinho, controlador do Banco CR2 de Investimentos SA, que financia cerca de 300 empresas do setor de petróleo e gás, segundo Fiocca.

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