França paga mais por sua dívida e aumenta diferença com Alemanha
Taxa de risco do país chegou a ficar no patamar mais alto em dois anos, mas resultado de leilão foi melhor que o esperado
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2011 às 16h25.
Paris - A França colocou à venda nesta quinta-feira um total de 9,7 bilhões de euros em dívida a curto, médio e longo prazo a taxas de juros maiores que em operações anteriores.
O resultado final foi relativamente melhor do que o esperado, principalmente porque o diferencial do bônus a dez anos entre França e Alemanha tinha alcançado um nível superior aos 200 pontos básicos antes do fim da manhã.
Depois do leilão, o diferencial que estava em níveis máximos desde 2009 caiu abaixo da marca dos 200 pontos, e em torno das 14h no horário local (11h em Brasília) ficou em torno dos 181 pontos básicos.
A Bolsa de Paris se situava em valores negativos, com cerca de 1,4% de baixa em seu índice geral, o CAC-40, em consonância com o que ocorria em outras praças europeias.
O Tesouro francês conseguiu colocar entre os investidores um total de 9,7 bilhões de euros nas emissões de obrigações a curto, médio e longo prazo, embora em todos os casos em juros maiores que nas emissões anteriores.
No leilão dos títulos a médio prazo, as taxas de juros aumentaram até 2,82%, contra os 2,31% anteriores da venda de 20 de outubro.
A emissão a dez anos, muito esperada pelo mercado depois que o diferencial franco-alemão disparou, alcançou taxas de juros de 2,32%, de acordo com os dados do Tesouro, contra 3,79% no mercado secundário.
O bônus a dez anos ficou acima de 1,48% do leilão de 20 de outubro, e também alcança taxas de juros superiores a de emissões precedentes.
O bônus a dois anos passou de 1,31% a 1,85%, o de quatro anos ficou em 2,44% contra o índice anterior de 1,96%, e o bônus a cinco anos (BTANI, vinculado à taxa de inflação) subiu a 1,78%, em comparação com o 0,73%.
No total, o Tesouro colocou à venda 950 milhões de euro em bônus a dois anos, 1,069 bilhões a quatro anos, 1,625 bilhões a cinco anos (BTANI a 2,25%), 3,332 bilhões a cinco anos (BTANI a 2,50%), 545 milhões para o bônus a cinco anos ajustado à inflação e 529 milhões a dez anos.
Os seguros contra a moratória da dívida (credit default swap, ou CDS), que medem a confiança dos investidores nas emissões de dívida francesa a cinco anos, também alcançaram níveis recorde, nove pontos básicos acima do nível anterior.
A tensão sobre o mercado da dívida francesa surge no meio das diferenças entre Paris e Berlim sobre o papel que as capitais consideram pertinente ao Banco Central Europeu (BCE).
Enquanto a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta quinta-feira que a intervenção do BCE para solucionar a crise da zona do euro não é uma opção, os dirigentes franceses mantiveram silêncio antes e depois do leilão de dívida.
Na véspera, a ministra francesa de Orçamento, Valérie Pécresse, invocou o papel de estabilidade financeira da instituição europeia, além da função de vigilância sobre o euro e a estabilidade da moeda única.
A imprensa francesa insistiu na permanência dessa distância entre as duas grandes economias europeias, ligada aos problemas que o mercado da dívida atravessa na maioria dos países da eurozona. EFE
Paris - A França colocou à venda nesta quinta-feira um total de 9,7 bilhões de euros em dívida a curto, médio e longo prazo a taxas de juros maiores que em operações anteriores.
O resultado final foi relativamente melhor do que o esperado, principalmente porque o diferencial do bônus a dez anos entre França e Alemanha tinha alcançado um nível superior aos 200 pontos básicos antes do fim da manhã.
Depois do leilão, o diferencial que estava em níveis máximos desde 2009 caiu abaixo da marca dos 200 pontos, e em torno das 14h no horário local (11h em Brasília) ficou em torno dos 181 pontos básicos.
A Bolsa de Paris se situava em valores negativos, com cerca de 1,4% de baixa em seu índice geral, o CAC-40, em consonância com o que ocorria em outras praças europeias.
O Tesouro francês conseguiu colocar entre os investidores um total de 9,7 bilhões de euros nas emissões de obrigações a curto, médio e longo prazo, embora em todos os casos em juros maiores que nas emissões anteriores.
No leilão dos títulos a médio prazo, as taxas de juros aumentaram até 2,82%, contra os 2,31% anteriores da venda de 20 de outubro.
A emissão a dez anos, muito esperada pelo mercado depois que o diferencial franco-alemão disparou, alcançou taxas de juros de 2,32%, de acordo com os dados do Tesouro, contra 3,79% no mercado secundário.
O bônus a dez anos ficou acima de 1,48% do leilão de 20 de outubro, e também alcança taxas de juros superiores a de emissões precedentes.
O bônus a dois anos passou de 1,31% a 1,85%, o de quatro anos ficou em 2,44% contra o índice anterior de 1,96%, e o bônus a cinco anos (BTANI, vinculado à taxa de inflação) subiu a 1,78%, em comparação com o 0,73%.
No total, o Tesouro colocou à venda 950 milhões de euro em bônus a dois anos, 1,069 bilhões a quatro anos, 1,625 bilhões a cinco anos (BTANI a 2,25%), 3,332 bilhões a cinco anos (BTANI a 2,50%), 545 milhões para o bônus a cinco anos ajustado à inflação e 529 milhões a dez anos.
Os seguros contra a moratória da dívida (credit default swap, ou CDS), que medem a confiança dos investidores nas emissões de dívida francesa a cinco anos, também alcançaram níveis recorde, nove pontos básicos acima do nível anterior.
A tensão sobre o mercado da dívida francesa surge no meio das diferenças entre Paris e Berlim sobre o papel que as capitais consideram pertinente ao Banco Central Europeu (BCE).
Enquanto a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta quinta-feira que a intervenção do BCE para solucionar a crise da zona do euro não é uma opção, os dirigentes franceses mantiveram silêncio antes e depois do leilão de dívida.
Na véspera, a ministra francesa de Orçamento, Valérie Pécresse, invocou o papel de estabilidade financeira da instituição europeia, além da função de vigilância sobre o euro e a estabilidade da moeda única.
A imprensa francesa insistiu na permanência dessa distância entre as duas grandes economias europeias, ligada aos problemas que o mercado da dívida atravessa na maioria dos países da eurozona. EFE