Mercados

Fomos muito pessimistas com ações de varejistas de vestuários, admitem analistas

Raymond James refaz as contas e volta a recomendar a exposição para papéis da Lojas Renner

C&A e Riachuelo apostam na imagem de celebridades, como a modelo Gisele Bündchen, para alavancar as vendas (Tiago Chediak/Wikimedia Commons)

C&A e Riachuelo apostam na imagem de celebridades, como a modelo Gisele Bündchen, para alavancar as vendas (Tiago Chediak/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2011 às 17h02.

São Paulo – A Raymond James admitiu hoje ter sido muito pessimista com as projeções para as ações das varejistas de vestuário em 2011. Os analistas tinham assumido uma forte contração do consumo como reflexo do aumento da taxa de juros e uma redução nas margens com a disparada nos preços do algodão.

“A desaceleração esperada na economia impediria que a maioria das varejistas de vestuário repassassem aos consumidores o aumento no custo de sua principal matéria-prima”, afirmam os analistas Guilherme Assis e Daniela Bretthauer, que ampliaram a estimativa de lucros das empresas em 45% em média.

A Lojas Renner foi classificada como a preferida e a recomendação foi elevada para outperform (performance acima da média do mercado). A Raymond James sinaliza que a queda recente dos papéis (LREN3) em relação ao Ibovespa abre um bom ponto de compra das ações. O preço-alvo é de 70 reais até o final de 2011, o que representa um potencial de valorização de 26%.

A recente aquisição da rede Camicado pela Lojas Renner também foi citada no relatório da Raymond James. Segundo Guilherme Assis e Daniela Bretthauer, a operação elevará o potencial de crescimento da companhia, “criando valores adicionais” para que a empresa enfrente desafios negativos que possam ocorrer no futuro, assim como a alta nos preços do algodão.

“Também gostamos da Marisa”

Os analistas da Raymond James reiteraram a recomendação outperform para as ações da Lojas Marisa (AMAR3), estabelecendo um preço-alvo de 33 reais até o final do ano. O potencial de valorização é de 24,5%. “Acreditamos que a empresa ainda está bem posicionada para surfar na onda dos consumidores”, destacam Guilherme Assis e Daniela Bretthauer.

A corretora recorda ainda que a Lojas Marisa mantém o seu perfil de vender roupas com preços acessíveis, enquanto suas concorreres, como C&A e Riachuelo, apostam na contratação de celebridades que assinam as coleções, como Gisele Bündchen e Stella McCartney, entre outras.

Para as Lojas Hering, a Raymond James optou por não alterar a recomendação market perform (performance igual a média do mercado), isso porque o desempenho operacional excepcional da companhia observado no último trimestre de 2010 já está precificado nos papéis da empresa. As ações acumulam alta superior a 12% no ano.

O preço-alvo para as ações ordinárias da empresa (HGTX3) foi colocado em revisão. Segundo os analistas Guilherme Assis e Daniela Bretthauer, a companhia é a que corre maior risco, entre suas pares do setor, de sofrer com a alta nos preços do algodão.

A Guararapes (GUAR3) também teve sua recomendação mantida em market perform, “já que a companhia continua apresentando um avanço na performance das vendas”, avalia a Raymond James.

Apesar de ter o menor múltiplo entre as empresas de varejo de vestuário (as ações da Guararapes são negociadas 13,7 vezes o preço da ação sobre o lucro esperado para 2011), “estamos relutantes em ter uma visão mais otimista para as ações da empresa, principalmente por conta da baixa liquidez e da governança corporativa inferior em relação as concorrentes.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAnálises fundamentalistasCalçadosComércioEmpresasEmpresas abertasGuararapesHeringMarisaMercado financeiroRennerRoupasTêxteisVarejo

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol