Mercados

Fitch reduz rating da OGX e ações fecham abaixo de R$1

A Fitch cortou os ratings da dívida da empresa em moeda estrangeira e em moeda local para "CCC", com perspectiva negativa


	As ações da petrolífera de Eike Batista, que chegaram a subir 5,7 % na máxima intradia, inverteram a direção e passaram a cair após o anúncio, e fecharam em queda 7,62 %, a 0,97 real
 (Marcelo Correa/EXAME.com)

As ações da petrolífera de Eike Batista, que chegaram a subir 5,7 % na máxima intradia, inverteram a direção e passaram a cair após o anúncio, e fecharam em queda 7,62 %, a 0,97 real (Marcelo Correa/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2013 às 22h41.

São Paulo - A decisão da agência de classificação de risco Fitch de reduzir os ratings da OGX contribuíram para a ação da petroleira a fechar, nesta sexta-feira, abaixo de 1 real pela primeira vez desde a sua estreia na Bovespa.

A Fitch cortou os ratings da dívida da empresa em moeda estrangeira e em moeda local para "CCC", com perspectiva negativa.

"Os ratings 'CCC' da OGX refletem as preocupações da Fitch em relação à liquidez da companhia nos próximos 12 a 18 meses, dados os elevados investimentos necessários para aumentar a produção e o fluxo de caixa operacional", informou a agência em nota nesta sexta-feira.

As ações da petrolífera, que chegaram a subir 5,7 % na máxima intradia, inverteram a direção e passaram a cair após o anúncio, e fecharam em queda 7,62 %, a 0,97 real. No ano até esta sexta-feira ação acumula queda de 77,5 %.

Na quinta-feira, diante da persistente desconfiança do mercado com as perspectivas para a companhia, as ações da OGX já tinham sido negociadas abaixo de 1 real no pregão da Bovespa, no menor nível intradiário desde a listagem da petrolífera na bolsa, em 2008, mas se recuperaram das mínimas.

A Fitch informou que o rebaixamento da OGX reflete ainda a crescente incerteza sobre a capacidade de Eike Batista, controlador da petrolífera, honrar compromisso de aportar 1 bilhão de dólares na empresa.

"Em face das necessidades de recursos da OGX para financiar seu programa de investimentos, vital para o aumento de produção, uma inadimplência por parte de Eike Batista em relação à opção de venda pode apertar ainda mais a liquidez da companhia."

A agência lembrou que, no início da semana, a OGX anunciou que seu acionista controlador reduziu sua participação na companhia para 58,92 % por intermédio de venda de 2,17 % das ações da OGX, em maio.

"Embora essa venda seja simbólica, ela aumenta a preocupação com o compromisso de Eike Batista em relação à companhia." Na noite anterior, Eike Batista disse em nota que não pretende vender mais papeis da OGX em bolsa, tentando acalmar os investidores. O empresário disse também que o grupo EBX concluiu a reestruturação de sua dívida de curto prazo.


Essa foi a segunda vez em menos de um mês que a Fitch rebaixou a OGX.

Em 17 de maio, a agência havia reduzido os IDRs (Issuer Default Ratings) relativos à Probabilidade de Inadimplência do Emissor em moeda estrangeira e local da petroleira para B-.

A classificação atual ("CCC") é a mesma que a Grécia chegou a ter diante das preocupações com o endividamento do país, e indica títulos de elevado risco de inadimplência.

A Fitch colocou o rating da empresa em perspectiva negativa e alertou que poderão cair ainda mais.

"Os ratings da OGX serão rebaixados se seus riscos de liquidez continuarem aumentando e/ou se ela encontrar novos problemas com relação à execução do seu plano de exploração e desenvolvimento", afirmou.

Na escala de classificação, a Fitch ainda tem "CC", "C", "RD" e "D" como notas piores que "CCC".

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingEike BatistaEmpresáriosEmpresasGás e combustíveisIndústria do petróleoMercado financeiroMMXOGpar (ex-OGX)OSXPersonalidadesPetróleoRating

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado