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Fitch: Panamericano pode ter ajuste contábil mais severo que o esperado

A agência de risco rebaixou nesta quinta-feira as classificações do Panamericano e do Grupo Silvio Santos citando pressões contra a recuperação das empresas

Fitch rebaixou companhia fletindo a reação do mercado e a possibilidade de novos resgates mais severos do que o esperado (Thiago Bernardes/Contigo/Reprodução)

Fitch rebaixou companhia fletindo a reação do mercado e a possibilidade de novos resgates mais severos do que o esperado (Thiago Bernardes/Contigo/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2010 às 16h52.

São Paulo – Ainda que o esforço para sanear as contas do Panamericano tenha sido expressivo, com a injeção de 2,5 bilhões excedendo em cerca de 10% o volume de irregularidades contábeis encontradas, a possibilidade de novas necessidades de resgate ainda não foi descartada. A afirmação é da agência de risco Fitch em relatório desta quinta-feira (11), no qual rebaixou os ratings do Banco Panamericano e do Grupo Silvio Santos.

A Fitch anunciou a manutenção das empresas sob Observação Negativa e o rebaixamento em seus ratings refletindo a preocupação com a reação do mercado e a possibilidade de novos resgates mais severos do que o esperado, afirma o relatório. “A Fitch entende que os reguladores, controladores e auditores se esforçaram para quantificar integralmente os efeitos das irregularidades contábeis encontradas. Porém, novas necessidades de ajustes podem se mostrar mais severos do que o esperado”, aponta a agência.

Outro fator que liga o sinal amarelo é a insegurança quanto à propensão do acionista minoritário do banco, a Caixa Econômica Federal, a oferecer suporte através de injeção de liquidez ao banco, apontam os analistas Edgar Dias e Maria Rita Gonçalves.

Do lado positivo, o banco ainda teria ativos que, somados à liquidez gerada pela injeção de capital, devem sustentar sua capacidade de suportar uma pressão significativa sob sua base de captação institucional, complementa a agência. Uma segunda vantagem estratégica é o longo prazo de pagamento ao FGC, que definiu um prazo de dez anos e carência de três anos para o início do pagamento, sem incidência de juros. “ As condições não exercerão imediata pressão de caixa na holding e permitirão que o grupo tenha algum tempo para monetizar ativos, a fim de fazer frente a esta dívida”.

De acordo com a nova classificação, o Panamericano teve o rating nacional de longo prazo rebaixado de AA+(bra) para ‘A-(bra). Já o rating nacional de curto prazo foi rebaixado para F2(bra) de F1+(bra).

Silvio Santos Participações

Também nesta quinta-feira, a Fitch rebaixou de BBB(bra) para BB-(bra)  o rating nacional de longo prazo da Silvio Santos Participações. A agência também removeu a Observação Positiva e atribuiu Observação Negativa ao rating. A mudança de classificação se baseia no forte impacto negativo no perfil de crédito do Grupo Silvio Santos após o resgate para o Panamericano.  “A emissão prejudica em especial a holding Silvio Santos Participações, que agora tem uma obrigação relevante de pagamento que não poderá ser suportada somente pelos dividendos advindos das participações acionárias”, justifica a Fitch.

Os analistas levantaram ainda a possibilidade da a venda de ativos relevantes ou uma capitalização significativa para o grupo fazer frente às novas dívidas e reduzir as fortes pressões sobre o rating da companhia. Outra pressão sobre a classificação é a ausência, até o momento, de informações concretas sobre a estratégia financeira que será  implementada pelo grupo para reequilibrar sua estrutura de capital.

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