ELETROBRAS: a venda da Celg é vista como o pontapé inicial para a privatização de todas as distribuidoras controladas pela empresa / Divulgação
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2016 às 20h58.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h59.
O novo governo mal tomou posse e já tem um sangramento a estancar na companhia de energia elétrica Eletrobras. A estatal tem até esta quarta-feira para apresentar documentos referentes aos seus balanços de 2014 e 2015 nos Estados Unidos, sob o risco de ter que pagar imediatamente dívidas que somam 40 bilhões de reais.
O problema é a dificuldade de calcular prejuízos causados por irregularidades da operação Lava Jato. Em teleconferência com analistas na segunda-feira, o diretor financeiro da empresa, Armando Casado de Araújo, disse que o risco de não cumprir o prazo é elevado, o que rebaixaria as ADRs da companhia.
Nesta segunda-feira o novo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e o ministro de Planejamento, Romero Jucá, se reuniram com o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, para tentar encontrar uma saída. Não bastasse este problema, a companhia disse que pretende entrar na Justiça contra a decisão da Agência Nacional de Energia que obrigou a empresa a devolver 7 bilhões de reais em até 90 dias para o fundo Reserva Global de Reversão.
Na semana passada, a Eletrobras apresentou um prejuízo de 3,9 bilhões de reais no primeiro trimestre, ante lucro de 1,25 bilhão de reais na comparação anual. O lucro operacional ficou negativo em 2 bilhões de reais. “A empresa ainda sofre os efeitos do controle do governo nas tarifas de energia em 2012 e precisa urgentemente vender ativos para melhorar sua situação”, diz Rafael Ohmachi, analista da corretora Guide.
Este ano, o governo de Dilma Rousseff previa um aporte de 5,95 bilhões de reais na Eletrobras. A capitalização é tida como fundamental para fazer os investimentos mínimos em suas subsidiárias e, a partir daí, planejar a venda de ativos. Mas privatizações são coisas para se pensar após quarta-feira. Para o novo governo, é tratar uma ferida por vez.