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Exterior inibe cenário favorável para Bovespa

O ambiente internacional segue incerto, com as dúvidas sobre a situação na Europa neutralizando qualquer efeito positivo no mercado financeiro


	Telão da Bovespa
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Telão da Bovespa (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2012 às 10h58.

São Paulo - Ainda não será por agora que a Bovespa irá se beneficiar da manutenção da taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) em um mínimo histórico por um período prolongado, conforme reiterado na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira. Isso porque o ambiente internacional segue incerto, com as dúvidas sobre a situação na Europa neutralizando qualquer efeito positivo que os dados econômicos da China pudesse provocar, tal como foi observado nas bolsas da Ásia. Por aqui, as dificuldades dos negócios locais em se firmar nos 60 mil pontos persistem. Às 10h05, o Ibovespa caía 0,56%, aos 59.749,95 pontos, na pontuação mínima do dia.

"Uma Selic baixa e estável por mais tempo beneficiará a renda variável apenas quando terminar a aversão ao risco no exterior", avalia o economista da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira. Para ele, o Banco Central deixou claro, na ata da reunião deste mês do Copom, de que decidiu "parar por aí". "Não tem como reduzir mais a taxa básica da economia brasileira", acrescenta, citando que até mesmo os cinco membros defensores do corte de 0,25 ponto porcentual, no encontro da semana passada, falaram, segundo o documento, em "último ajuste".

Segundo Bandeira, a busca por rendimentos mais atrativos por parte de investidores institucionais e pessoas físicas, além de outros grupos de agentes financeiros, vai depender do fim da aversão ao risco no exterior. "Quando os mercados se acalmarem, esses investidores vão migrar para operações mais agressivas, do contrário, terão retorno negativo", comenta.

Por isso, as atenções dos mercados internacionais seguem voltadas à Europa, neste primeiro dia de encontro dos chefes de governo dos 17 países da União Europeia (UE). A expectativa é de um encaminhamento dos problemas de dívida na Grécia e na Espanha. Porém, diante da recente retórica dos líderes europeus, é difícil saber se, ao final, será anunciado algo de concreto ou, ao menos, boas notícias.

Tanto que essa apreensão com a Europa corrói a reação do Ocidente aos números da segunda maior economia do mundo. Apesar de ter registrado, no trimestre passado, o ritmo mais fraco de expansão desde o primeiro trimestre de 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu em linha com o esperado, em +7,4% em relação a igual período de 2011.

Porém, os números melhores que o esperado sobre a produção industrial chinesa e as vendas do comércio varejista em setembro na China indicam uma ligeira recuperação da atividade nos últimos três meses de 2012. Segundo autoridades chinesas, o crescimento econômico do país caminha em direção à estabilização. Tanto que, esses sinais de melhora da economia chinesa levaram o Banco Central do país (PBoC) a drenar a liquidez do sistema financeiro, pela primeira vez, após injeções maciças de recursos promovidas nas três semanas anteriores.

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