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Expectativa por estímulo sustenta bolsas europeias

A sede por uma liquidez mais ampla na região também foi intensificada por um novo sinal de fraqueza na Alemanha, a maior economia do bloco


	Mario Draghi: seu discurso "foi um grande evento e marca um ponto de virada", dizem analistas
 (Ralph Orlowski/Reuters)

Mario Draghi: seu discurso "foi um grande evento e marca um ponto de virada", dizem analistas (Ralph Orlowski/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2014 às 11h33.

São Paulo - As expectativas por uma maior flexibilização monetária ou fiscal na zona do euro animam os investidores e fortalecem as bolsas europeias, após o discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. A sede por uma liquidez mais ampla na região também foi intensificada por um novo sinal de fraqueza na Alemanha, a maior economia do bloco da moeda.

Em um discurso no simpósio anual de Jackson Hole, organizado pelo Federal Reserve Bank de Kansas City, Draghi sugeriu na sexta-feira, 22, uma amenização da mentalidade focada na austeridade, que dominou a política econômica da zona do euro nos últimos tempos, à medida que as autoridades enfrentam um crescimento econômico anêmico e uma inflação baixa.

Ao ressaltar o recente enfraquecimento nas expectativas de inflação de longo prazo, o chefe do BCE disse que os riscos de o banco central fazer "pouco demais" se sobressaem aos de fazer "demais".

A posição de Draghi em relação à austeridade foi vista por analistas como uma mudança na linguagem do banco e as promessas de possíveis ajustes monetários elevaram esperanças quanto a um relaxamento quantitativo.

"O discurso de Mario Draghi em Jackson Hole foi um grande evento e marca um ponto de viragem na retórica do BCE", disseram analistas do Barclays. As novas sinalizações também ajudam a pressionar o euro.

Dentre os indicadores recentes que destacam a tendência de degradação econômica na região, e a necessidade de apoio monetário, o índice de sentimento das empresas da Alemanha caiu para 106,3 em agosto, de 108,0 em julho, segundo dados divulgados hoje pelo instituto Ifo. O resultado ficou abaixo da previsão de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, de recuo a 107,0.

No cenário geopolítico, as atenções estão concentradas em uma reunião dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Petro Poroshenko, para discutir a crise no leste ucraniano na terça-feira.

chanceler alemã, Angela Merkel, descartou que o encontro entre os dois possa resultar em um grande avanço nas negociações para o fim do conflito entre os dois países. Em entrevista um dia após a sua visita a Kiev, Merkel considerou, no entanto, que o encontro entre os dois líderes é importante para a busca de uma solução pacífica.

Às 8h15 (de Brasília), as principais bolsas da região operavam em território positivo: Paris ganhava 1,03%, Frankfurt tinha alta de 0,99% e Milão avançava 1,18%. A Bolsa de Londres não abriu neste começo de semana devido a um feriado no Reino Unido. No mercado de moedas, o euro recuava a US$ 1,3198 e a libra, por outro lado, subia a US$ 1,65945.

Com informações da Dow Jones

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