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Europa fecha em queda de olho na retirada de estímulos

Mercados da Europa repercutiram nesta terça-feira a preocupação com a retirada dos estímulos monetários nos Estados Unidos

Bolsa de Londres: queda só não foi maior no índice FTSE por causa dos bons números das vendas no varejo no Reino Unido, que avançaram 2,3% em novembro na comparação com o mesmo período de 2012 (REUTERS/Paul Hackett)
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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 16h42.

São Paulo - Os mercados da Europa repercutiram nesta terça-feira, 3, a preocupação com a retirada dos estímulos monetários nos Estados Unidos e fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. O retorno da cautela com a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) em dezembro foi influenciado pelos dados acima do esperado no setor industrial dos EUA. O sentimento dos investidores europeus também piorou com sinais de uma possível deflação após o índice de preços ao consumidor da zona do euro registrar queda em outubro. O índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 1,4%, aos 319,13 pontos.

O debate sobre quando o Fed começará a reduzir as compras mensais de bônus foi o pano de fundo para a sessão desta terça-feira dos mercados da Europa. A preocupação voltou a crescer após a divulgação nesta segunda-feira, 2, do índice de atividade do setor de manufatura do país medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, em inglês). O indicador veio acima da expectativa e subiu de 56,4 em outubro para 57,3 em novembro, patamar mais elevado desde abril de 2011.

Do ponto de vista econômico, o dado é positivo, mas analistas interpretam o movimento de aceleração na indústria norte-americana como um reforço para a lista de argumentos que os membros votantes do Fed necessitam para reduzir o programa que injeta, mensalmente, US$ 85 bilhões na economia dos EUA.

Nesta semana, as atenções estão voltadas para o relatório de emprego de novembro, que será divulgado na sexta-feira, 6, e também para a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) americano do terceiro trimestre, que sairá nesta quarta-feira, 4. Esses dois dados darão mais consistência ao mercado sobre como o Fed deve agir na reunião de dezembro.

"A reação negativa ontem dos mercados nos Estados Unidos ajuda a determinar esse movimento de realização de lucros hoje, o que parece ser bem razoável após os fortes ganhos vistos durante o ano. A queda também é explicada pela proximidade de uma série de indicadores econômicos importantes previstos para os próximos dias. Tudo isso deve ter influência sobre a última reunião do Federal Reserve do ano", diz o analista Michael Hewson, da corretora CMC Markets, em nota a clientes.


A preocupação com uma deflação na zona do euro também contribuiu para a queda das ações europeias. O índice de preços ao produtor (PPI, em inglês) do bloco registrou queda de 0,5% em outubro frente a setembro e de 1,4% em comparação ao mesmo período de 2012. Os números vieram abaixo da projeção de recuo de 0,2% e 1,0% nas comparações mensais e anuais, respectivamente. Esse cenário de forte desaceleração da inflação já levou o Banco Central Europeu (BCE) a reduzir a taxa básica de juros na última reunião para a mínima histórica de 0,25%. Na quinta-feira, 5, o BCE volta a se reunir.

Da Espanha, veio a única notícia boa do dia. O número de pedidos de seguro-desemprego caiu 2.475 em novembro na comparação com outubro. Foi a primeira queda mensal desde o início da coleta de dados pelo Ministério do Emprego. Cerca de 4,808 milhões de espanhóis ainda precisam da ajuda mensal.

A maior queda do dia foi registrada na Bolsa de Paris, que caiu 2,7%, aos 4.172,44 pontos, pressionada pela recomendação do Credit Suisse, que rebaixou as ações francesas em relação ao restante da Europa. Foi a maior queda porcentual desde junho. As ações da Telecom caíram depois que a concorrente Iliad anunciou que incluirá o 4G de graça para os atuais e novos assinantes de telefonia móvel. A Orange caiu 3,4%, enquanto os papéis da Vivendi recuaram 3,2%.


Na Alemanha, o índice DAX fechou em queda de 1,90%, aos 9.223,40 pontos. As ações do Commerzbank e do Deutsche Post caíram 3,9%. Os papéis da Lufthansa perderam 3,8%. O índice IBEX35, da Bolsa de Madri, encerrou com baixa de 1,4%, na mínima de 9.605 pontos. As ações do canal Mediaset perderam 5,1%. Os papéis das construtoras Acciona e FCC declinaram 4,6% e 3,6%, respectivamente. O único destaque positivo foram as ações da Indra, que tiveram leve alta de 0,2%.

Na Bolsa de Londres, a queda foi de 0,95% e o índice fechou aos 6.532,43 pontos. O destaque negativo foram as ações da mineradora Rio Tinto, que caíram 0,95% depois de a companhia divulgar que reduzirá pela metade o capital para 2015 por causa de um mercado mais frágil. A queda só não foi maior no índice FTSE por causa dos bons números das vendas no varejo no Reino Unido, que avançaram 2,3% em novembro na comparação com o mesmo período de 2012. Em Milão, o índice FTSEMIB fechou em queda de 1,95%, na mínima de 18.366,75 pontos. Já a Bolsa de Lisboa registrou a menor queda do pregão e caiu 0,63%, aos 6.498,16 pontos.

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São Paulo - Os mercados da Europa repercutiram nesta terça-feira, 3, a preocupação com a retirada dos estímulos monetários nos Estados Unidos e fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. O retorno da cautela com a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) em dezembro foi influenciado pelos dados acima do esperado no setor industrial dos EUA. O sentimento dos investidores europeus também piorou com sinais de uma possível deflação após o índice de preços ao consumidor da zona do euro registrar queda em outubro. O índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 1,4%, aos 319,13 pontos.

O debate sobre quando o Fed começará a reduzir as compras mensais de bônus foi o pano de fundo para a sessão desta terça-feira dos mercados da Europa. A preocupação voltou a crescer após a divulgação nesta segunda-feira, 2, do índice de atividade do setor de manufatura do país medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, em inglês). O indicador veio acima da expectativa e subiu de 56,4 em outubro para 57,3 em novembro, patamar mais elevado desde abril de 2011.

Do ponto de vista econômico, o dado é positivo, mas analistas interpretam o movimento de aceleração na indústria norte-americana como um reforço para a lista de argumentos que os membros votantes do Fed necessitam para reduzir o programa que injeta, mensalmente, US$ 85 bilhões na economia dos EUA.

Nesta semana, as atenções estão voltadas para o relatório de emprego de novembro, que será divulgado na sexta-feira, 6, e também para a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) americano do terceiro trimestre, que sairá nesta quarta-feira, 4. Esses dois dados darão mais consistência ao mercado sobre como o Fed deve agir na reunião de dezembro.

"A reação negativa ontem dos mercados nos Estados Unidos ajuda a determinar esse movimento de realização de lucros hoje, o que parece ser bem razoável após os fortes ganhos vistos durante o ano. A queda também é explicada pela proximidade de uma série de indicadores econômicos importantes previstos para os próximos dias. Tudo isso deve ter influência sobre a última reunião do Federal Reserve do ano", diz o analista Michael Hewson, da corretora CMC Markets, em nota a clientes.


A preocupação com uma deflação na zona do euro também contribuiu para a queda das ações europeias. O índice de preços ao produtor (PPI, em inglês) do bloco registrou queda de 0,5% em outubro frente a setembro e de 1,4% em comparação ao mesmo período de 2012. Os números vieram abaixo da projeção de recuo de 0,2% e 1,0% nas comparações mensais e anuais, respectivamente. Esse cenário de forte desaceleração da inflação já levou o Banco Central Europeu (BCE) a reduzir a taxa básica de juros na última reunião para a mínima histórica de 0,25%. Na quinta-feira, 5, o BCE volta a se reunir.

Da Espanha, veio a única notícia boa do dia. O número de pedidos de seguro-desemprego caiu 2.475 em novembro na comparação com outubro. Foi a primeira queda mensal desde o início da coleta de dados pelo Ministério do Emprego. Cerca de 4,808 milhões de espanhóis ainda precisam da ajuda mensal.

A maior queda do dia foi registrada na Bolsa de Paris, que caiu 2,7%, aos 4.172,44 pontos, pressionada pela recomendação do Credit Suisse, que rebaixou as ações francesas em relação ao restante da Europa. Foi a maior queda porcentual desde junho. As ações da Telecom caíram depois que a concorrente Iliad anunciou que incluirá o 4G de graça para os atuais e novos assinantes de telefonia móvel. A Orange caiu 3,4%, enquanto os papéis da Vivendi recuaram 3,2%.


Na Alemanha, o índice DAX fechou em queda de 1,90%, aos 9.223,40 pontos. As ações do Commerzbank e do Deutsche Post caíram 3,9%. Os papéis da Lufthansa perderam 3,8%. O índice IBEX35, da Bolsa de Madri, encerrou com baixa de 1,4%, na mínima de 9.605 pontos. As ações do canal Mediaset perderam 5,1%. Os papéis das construtoras Acciona e FCC declinaram 4,6% e 3,6%, respectivamente. O único destaque positivo foram as ações da Indra, que tiveram leve alta de 0,2%.

Na Bolsa de Londres, a queda foi de 0,95% e o índice fechou aos 6.532,43 pontos. O destaque negativo foram as ações da mineradora Rio Tinto, que caíram 0,95% depois de a companhia divulgar que reduzirá pela metade o capital para 2015 por causa de um mercado mais frágil. A queda só não foi maior no índice FTSE por causa dos bons números das vendas no varejo no Reino Unido, que avançaram 2,3% em novembro na comparação com o mesmo período de 2012. Em Milão, o índice FTSEMIB fechou em queda de 1,95%, na mínima de 18.366,75 pontos. Já a Bolsa de Lisboa registrou a menor queda do pregão e caiu 0,63%, aos 6.498,16 pontos.

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