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Etapas de nova metodologia do Ibovespa reduzirão impacto

As mudanças serão implantadas em duas etapas


	Telão da Bovespa: atualmente, o Ibovespa conta com 73 ativos e 67 empresas e especialistas acreditam que esses números não devem sofrer grandes alterações com a mudança
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Telão da Bovespa: atualmente, o Ibovespa conta com 73 ativos e 67 empresas e especialistas acreditam que esses números não devem sofrer grandes alterações com a mudança (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2013 às 11h46.

São Paulo - As mudanças na metodologia do Ibovespa, anunciadas na quarta-feira, 11, pela BM&Bovespa, serão implantadas em duas etapas para suavizar impactos, disse o diretor executivo de Produtos e de Relações com Investidores da BM&FBovespa, Eduardo Guardia, nesta quinta-feira, 12. Nesse caso, a carteira que vigorará de janeiro a abril de 2014 será obtida a partir da média das ponderações definidas com base na metodologia anterior e na nova metodologia.

"A ponderação será feita pelo critério anterior e atual, e aí vamos fazer uma média simples entre os dois critérios. O aperfeiçoamento do índice afeta várias empresas, por isso entendemos que é importante suavizar os impactos e não fazer tudo de uma só vez", disse o executivo. Apenas a partir de maio de 2014 é que a ponderação do Ibovespa será feita exclusivamente com base na nova metodologia.

A BM&FBovespa não espera que as mudanças que visam o aperfeiçoamento do Ibovespa gere uma mudança significativa na quantidade de empresas incluídas no índice, segundo Guardia. Atualmente, o Ibovespa conta com 73 ativos e 67 empresas. "Podemos ter duas empresas saindo do índice e ao mesmo tempo duas empresas entrando", disse.

Como as mudanças foram pequenas, conforme Guardia, a bolsa espera que as empresas que compõem o Ibovespa mudem "muito pouco". "Foram ajustes. Não esperamos nenhuma mudança material no que diz respeito a empresas que compõem e que recomporão o Ibovespa", reforçou ele.

De acordo com o diretor da bolsa, a mudança que ocorrerá é na composição da participação das empresas no Ibovespa. Ele acrescentou ainda que nenhum setor específico foi olhado para que fosse feito o aperfeiçoamento do índice.


As ações classificadas como penny stocks (que valem menos de R$ 1) não serão mais elegíveis para o Ibovespa por causa da volatilidade que causam no mercado. "Com a ação nesse valor, cada centavo que varia gera grande volatilidade", justificou Guardia.

Ele explicou ainda que as empresas que se encaixam neste caso deverão fazer um agrupamento dos papéis. "Se na hora do rebalanceamento o agrupamento não tiver sido feito, essa ação não será elegível para entrar no índice".

As ações com valor de negociação abaixo de R$ 1 já não poderão compor o Ibovespa a partir de janeiro de 2014, conforme os critérios de inclusão e exclusão de aperfeiçoamento do índice. Guardia ressaltou que a regra das penny stocks já estão em vigor.

Free float

A ponderação por free float com cap de liquidez de 2 vezes vem para facilitar a replicabilidade do Ibovespa e alinhar o índice às práticas já existentes na BM&FBovespa, segundo o executivo. "As alterações propostas visam obter um índice de fácil replicabilidade e que melhor represente o mercado brasileiro", disse.

O executivo explicou ainda que o cap de liquidez de 2 vezes visa proteger o índice no caso de distorções geradas por empresas que possuem grande free float (ações em livre circulação no mercado) com liquidez relativamente reduzida. "Além disso, a mudança facilitará o entendimento por parte dos investidores estrangeiros, podendo atrair um fluxo maior de dinheiro do resto do mundo para a Bolsa brasileira", afirmou. Outro objetivo da mudança é alinhar o critério de ponderação do índice brasileiro ao dos principais índices internacionais.

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