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Espaçolaser vê melhorias operacionais mas ainda registra prejuízo líquido no 4º tri

Vendas nas mesmas lojas chegaram ao território positivo e cresceram 8,7% no trimestre, mas a rentabilidade ainda está pressionada

Espaçolaser ainda registrou prejuízo no trimestre (Apex Studios/Divulgação)

Espaçolaser ainda registrou prejuízo no trimestre (Apex Studios/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 27 de março de 2023 às 18h33.

Última atualização em 28 de março de 2023 às 08h20.

Tentando se recuperar depois de forte queda nas vendas, a Espaçolaser (ESPA3) ainda não conseguiu deixar a última linha no azul, mas comemora as mudanças que fez ao longo de 2022 e também a sorte com que contou.

"Ano passado foi o momento certo de fazer a renegociação da dívida e alongar. O que temos agora é um prazo que nos dá um pouco mais de conforto e nos permite falar de melhorias operacionais", diz Paulo Camargo, CEO da companhia de depilação a laser, que tem entre os sócios a apresentadora Xuxa.

No quarto trimestre, a Espaçolaser registrou prejuízo líquido contábil de R$ 16 milhões, revertendo o lucro registrado um ano antes. Se considerados ajustes, o prejuízo líquido foi de R$ 12 milhões. No ano, o prejuízo líquido acumulado é de R$ 51,4 milhões.

A receita líquida no trimestre somou R$ 256,2 milhões, 2,9% mais do que um ano antes, enquanto avançou 9% em todo 2022, para R$ 931,4 milhões. As vendas totais da rede aumentaram 16,7%, com recordes históricos de vendas em todos os meses do trimestre.

O destaque é o indicador de vendas nas mesmas lojas passando para o território positivo e crescendo 8,7% no trimestre. Dessa forma, no ano de 2022, as vendas da rede totalizaram R$ 1,4 bilhão, novo recorde de vendas com avanço de 13,8% na comparação anual.

Mas, segundo Camargo, esses números não se refletem ainda na linha de receita líquida e no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) porque o reconhecimento contábil das vendas pode levar até 11 meses. O Ebitda somou R$ 33,8 milhões, 39% menos do que no mesmo trimestre de 2021.

"Estamos enchendo o pote e reduzindo despesas, então estamos nos aproximando para margens Ebitda do passado", diz o executivo, destacando que 2023 segue com números de vendas fortes, inclusive superando 2022.

A venda é o "primeiro drive" para a volta da rentabilidade, mas, ao mesmo tempo, a empresa tem adotado várias iniciativas de otimização das despesas, conta Camargo. Um dos exemplos é a redução em 10% das despesas gerais e administrativas. Por exemplo: o número de diretores regionais passou de oito para seis e o de gerentes de campo, de 70 para 60.

Melhora de rentabilidade e da saúde financeira

A expectativa de melhoria da rentabilidade vem de algumas mudanças de posicionamento da Espaçolaser desde o último semestre, com ações que vieram com a mudança do comando executivo. Antes, por exemplo, o cliente era atraído para a base ganhando algumas sessões grátis. Agora, explica Camargo, a estratégia está em fazer um tíquete menor, o cliente entra pagando menos, mas paga todas as sessões.

Também há outras apostas. O aplicativo foi atualizado para o cliente não precisar passar por 22 telas para fechar o pacote. Agora são quatro. Já a principal mudança está na segmentação. "O Brasil vai ter cinco cluster de preços."

Ainda assim, não é possível fugir da realidade. Mesmo o mercado sendo subpenetrado e tendo para onde crescer, há impacto da inadimplência crescente entre as famílias por causa dos juros altos. Para lidar com isso, a companhia vem reduzindo seu prazo de pagamento. Hoje são 14 meses, mas esse prazo vai ficar menor.

Do ponto de vista da operação, o caminho vai ser diminuir investimentos. "Temos de ser muito responsáveis na gestão do caixa. É o momento de cuidar do caixa". Em 2022 já abriu mais franquias do que lojas próprias, mas em 2023 o foco vai estar totalmente na operação franqueada para preservar caixa.

"Conforme vamos melhorando a rentabilidade essa alavancagem vai reduzindo junto com a melhor gestão de despesas", diz o diretor financeiro, Leonardo Correa. Segundo ele, a relação dívida líquida sobre Ebitda tem de ficar entre duas vezes e 2,5 vezes. Atualmente está em 3,1 vezes.

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