Mercados

Empresário passa a ter 10,30% do banco Panamericano

Silvio Tini de Araújo se consolidou como um dos principais acionistas da instituição


	Tini começou a comprar ações do Panamericano no ano passado. Chegou a 5% das ações preferenciais em fevereiro e, de lá para cá, dobrou sua participação
 (Divulgação)

Tini começou a comprar ações do Panamericano no ano passado. Chegou a 5% das ações preferenciais em fevereiro e, de lá para cá, dobrou sua participação (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 10h03.

São Paulo - Investidor tarimbado, conhecido no mercado por ter participações relevantes em companhias de nome como Alpargatas, Bombril e Paranapanema, o empresário Silvio Tini de Araújo agora ataca de bancos.

Ele atingiu na terça-feira, 17, a marca de 10,30% do capital preferencial do Banco Panamericano e se consolidou como um dos principais acionistas da instituição, controlada pelo BTG Pactual e pela Caixa Econômica Federal (CEF).

“Fiz o movimento, em primeiro lugar, para dar mais equilíbrio à minha carteira de investimentos. Mas também porque gosto da ousadia do pessoal do BTG”, disse o empresário ao Estado. Ele não conta quanto investiu. Mas, pela cotação dos papéis em bolsa, calcula-se que tenha colocado entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões no negócio desde o ano passado.

Tini começou a comprar ações do Panamericano no ano passado. Chegou a 5% das ações preferenciais em fevereiro e, de lá para cá, dobrou sua participação. Diz que também está interessado em outros bancos. “Meu foco está no Bradesco, como banco, na Itaúsa (controladora do grupo Itaú), como holding e no Panamericano, como aposta no futuro.”

Apostas anteriores no mercado financeiro não deram o resultado que o empresário esperava. Ele chegou a ter 5% do Mercantil de São Paulo e do Banespa, que acabaram vendidos, e perdeu dinheiro com o Banco Cruzeiro do Sul, liquidado pelo Banco Central no ano passado.

Risco

Mas o próprio Tini é o primeiro a lembrar que apostas ruins fazem parte do jogo. Seu padrão é ser sempre minoritário, com participações de pelo menos 5% e no máximo 25% das empresas em que se torna acionista. “Tenho sempre 10% do meu patrimônio aplicado em negócios de alto risco, mas que podem dar alto retorno”, afirma.


O empresário não fala sobre seu patrimônio, mas é dono de participações diretas e indiretas em várias empresas que formam uma carteira que já foi avaliada em cerca de R$ 1 bilhão. Além de Alpargatas, Bombril e Paranapanema. Tini é sócio da Vanguarda Agro e da mineradora Buritirama, entre outras empresas.

Com a fatia de 10,30% das ações preferenciais alcançada ontem, o empresário passou a ter 4,7% do capital total do Panamericano. Ele encostou na gestora de recursos Polo Capital, terceira maior acionista do banco, que tem 11,6% do capital preferencial e 5,2% do total, de acordo com os últimos dados disponíveis, de maio.

Fraudes

O Panamericano teve prejuízo de R$ 603 milhões no ano passado, mas este ano apresentou lucro de R$ 39 milhões no primeiro trimestre. Está em processo de recuperação, depois da descoberta de um rombo de R$ 4,3 bilhões, que foi encoberto por fraudes contábeis. Recentemente mudou o nome para banco Pan, uma tentativa de apagar os problemas dos últimos anos.

Quando virou escândalo, o Panamericano pertencia ao apresentador Silvio Santos, que vendeu metade do banco à Caixa em dezembro de 2009, antes da descoberta de que o banco estava quebrado.

Em 2011, o BTG Pactual comprou a participação de Silvio Santos e passou a controlar a instituição, junto com a Caixa Econômica. O banco hoje é comandado por José Acar Pedro, ex-BCN e Bradesco, e sócio do BTG Pactual. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:B3Banco PanAmericanoBancosBancos quebradosbolsas-de-valoresEmpresasSilvio Santos

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado