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Embraer dispara 12% com venda de até 100 'carros voadores' e recomendação

Goldman Sachs vê ações ainda em patamares atrativos, mesmo após forte alta de 170% no ano

eVTOL da Embraer: Bristow firma encomenda de até 100 (Embraer/Divulgação)

eVTOL da Embraer: Bristow firma encomenda de até 100 (Embraer/Divulgação)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 23 de setembro de 2021 às 13h13.

Última atualização em 24 de setembro de 2021 às 08h42.

As ações da Embraer (EMBR3) subiram 12,16% no pregão desta quinta-feira, 23, e fecharam a 23,89 reais, liderando as altas do Ibovespa, após a empresa ter anunciado antes da abertura do mercado a encomenda de até 100 "carros elétricos voadores", conhecidos pela sigla eVTOLs, para a Bristow. Com a alta de hoje, valorização acumulada em 2021 já beira os 170%.

As aeronaves, que funcionam com pouso e decolagem verticais, devem começar a ser entregues para a gigante global em transporte aéreo em 2026.

Por meio de sua subsidiária Eve Urban Air Mobility, a Embraer também anunciou uma parceria com a Bristow. As companhias devem trabalhar no desenvolvimento de um certificado de operador aéreo para os eVTOLs, no design de veículos e vertiportos, além do desenvolvimento regulatório para o ambiente operacional.

No mercado, a notícia foi recebida com entusiasmo. "A Embraer vem se recuperando de maneira célere desde o seu período mais negativo atingido durante 2020. Diversas parcerias têm sido anunciadas, com destaque para a Eve, que tem se posicionado com um dos principais players globais no desenvolvimento de aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical para mobilidade urbana", avalia em nota Luis Sales, analista da Guide.

Além das perspectivas otimistas para a recuperação da aviação comercial e inovações com o eVTOL, analistas do BTG Pactual, chamam atenção para outra frente: a de jatos executivos. "Esse mercado começou a se recuperar durante a Covid, impulsionado pelo desejo dos clientes mais ricos de evitar a aviação comercial durante a pandemia, desencadeando assim uma tão esperada mudança de comportamento do consumidor neste setor", afirmam em relatório. Segundo o BTG, essa maior demanda deve persistir mesmo com o fim da pandemia. 

"A aviação executiva tem historicamente mostrado altas taxas de retenção, já que, uma vez testada, a disposição para voar em voos comerciais diminui. Então, esperamos que uma grande parte dessa base de clientes recém-chegados dure no cenário pós-covid." Embora tenham recomendação de compra para as ações da Embraer, as recentes altas levaram sua cotação a superar o preço-alvo estabelecido pelo BTG, de 20 reais por papel.

A forte valorização da Embraer na quinta também coincidiu com a recomendação de compra por parte do Goldman Sachs. Além de ver uma maior demanda pelos jatos produzidos pela Embraer, analistas do banco ressaltaram a importância da frente de carros voadores da companhia. "A Embraer é dona da Eve, que acreditamos que não está precificada nas ações considerando outras companhias de eVTOL listadas", afirmam em relatório.

"Acreditamos que a nova direção está focada na melhoria operacional, redução de custos e os melhores preços de jatos executivos também ajudarão. O fluxo de caixa foi positivo no segundo trimestre e esperamos que seja em todo o ano de 2022, apesar das entregas de jatos regionais abaixo do normalizado. Conforme o volume se recupera para os níveis pré-COVID, vemos uma geração de caixa livre positiva e sustentável."

Segundo o Goldman Sachs, embora as ações da Embraer já estejam entre as maiores altas do ano, o valuation segue atrativo, em 7x o Ebitda esperado para 2023. "As revisões positivas das estimativas apenas começaram, em nossa opinião. Esperamos revisões positivas e contínuas das estimativas e vemos margens e fluxo de caixa mais fortes como catalisadores para uma nova classificação."

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