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Remy Sharp
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O Grupo Multi viveu um pregão de horror nesta quarta-feira, dia 29, após a divulgação dos números do quarto trimestre de 2022 ontem à noite. Perto do fechamento, a ação mostra um tombo próximo de 37%, com a ação negociada em R$ 1,43 – ante os R$ 2,26 do fechamento de ontem.

No ano fechado de 2022, a companhia perdeu quase R$ 500 milhões em receita líquida, queda de aproximadamente 10%, para um total de R$ 4,4 bilhões no acumulado do ano. O Ebitda recuou 70%, para R$ 245 milhões no acumulado de 12 meses – a margem despencou de 16,9% para 5,6%. Com isso, a última linha do balanço trouxe um lucro líquido de apenas R$ 90 milhões, após a perda de R$ 205 milhões entre outubro e dezembro.

O relatório da administração dá uma ideia do tamanho da frustração, dentro e fora de casa:

“Após dois anos de crescimento espantoso, com a receita quase triplicando e o lucro líquido entre os maiores do Brasil, a virada do mercado forçou a empresa a uma grande redução de margens para girar seu estoque. Havia produtos comprados no auge da pandemia, com custo relativamente alto e fretes caríssimos, que precisavam ser desovados. As margens brutas foram comprimidas para podermos vender, bem como as despesas de vendas, gerais e administrativas aumentadas para pagar verbas de reposicionamento de preço no varejo. Aproveitamos a época da Black Friday para desovar a preços muito descontados os produtos que estavam sobrando dos dois anos anteriores. Além disso, os altos estoques geraram custos logísticos adicionais, com armazenagem e transporte. Por fim, custos duplicados para andamento do projeto de substituição do sistema ERP, com adesão ao sistema SAP, bem como a manutenção do sistema anterior, contribuíram para a piora no resultado. A curto prazo, sem dúvidas, o cenário é tempestuoso. Por outro lado, há outra característica das tempestades: elas passam.”

Depois de ouvir a apresentação de resultados na manhã de hoje, o Itaú BBA ajustou suas projeções para a companhia e cortou o preço-alvo de R$ 6 para R$ 1,50. Com isso, a recomendação para os papéis mudou de marketperform (neutra) para underperform (venda). O tamanho do corte reflete uma redução de 19% nas projeções da casa para receita, de 64% para o Ebitda e de 109% para o lucro líquido.

Dívida

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre impostos foi um revés para o perfil financeiro do Grupo Multi. O impacto fez com que determinados limites de alavancagem previstos em contratos com credores fossem ultrapassados. Com isso, a empresa teve de reclassificar R$ 527 milhões em dívidas de longo para curto prazo. Na prática, a empresa tem R$ 531 milhões em vencimentos neste ano, para uma posição de R$ 663 milhões em caixa.

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