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Em casas de câmbio, dólar chega a R$ 4

O clima de tensão em Brasília, reforçado por notícias negativas para Dilma, provocou a quarta sessão consecutiva de alta do dólar comercial em relação ao real


	Dólar em alta: o clima de tensão em Brasília, reforçado por notícias negativas para Dilma, provocou a quarta sessão consecutiva de alta do dólar comercial em relação ao real
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Dólar em alta: o clima de tensão em Brasília, reforçado por notícias negativas para Dilma, provocou a quarta sessão consecutiva de alta do dólar comercial em relação ao real (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2015 às 10h44.

São Paulo - Se tensões políticas em Brasília levaram o dólar comercial a bater R$ 3,65 ontem, fechando o dia a R$ 3,6030, para o consumidor, o dólar turismo já ultrapassava a marca dos R$ 4.

No caso do cartão pré-pago, com incidência maior de imposto, a moeda era vendida na tarde de ontem em casas de câmbio em São Paulo por até R$ 4,05. Já o dólar em espécie estava na casa dos R$ 3,80, preocupando quem está com viagem marcada para o exterior.

Na corretora Cotação, o dólar em dinheiro, já com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 0,38%, era comercializado a R$ 3,86; no cartão pré-pago, com taxa de IOF maior, de 6,38%, saía a R$ 4,05.

Na Confidence Câmbio, a moeda no cartão também era vendida a R$ 4,05; já o dólar em espécie, a R$ 3,87. Na Sol Corretora, o produto no cartão pré-pago saía a R$ 4,04, e o dólar em dinheiro, a R$ 3,79.

O clima de tensão em Brasília, reforçado por notícias negativas para a presidente Dilma Rousseff, provocou a quarta sessão consecutiva de alta do dólar comercial em relação ao real.

A moeda americana avançou 0,31% no balcão, aos R$ 3,6030 - maior patamar desde 25 de fevereiro de 2003. Em quatro dias, a alta foi de 4,37%. No mercado futuro, porém, o dólar para setembro caiu 0,62%, aos R$ 3,6020.

A influência da valorização veio da política. Anteontem, em julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma maioria de ministros votou a favor de ação contra a chapa de 2014 formada por Dilma Rousseff e Michel Temer.

O julgamento foi interrompido por pedido de vista, mas, quando for retomado e concluído, Dilma e Temer poderão ser intimados posteriormente.

Além disso, o mercado mostrava ansiedade em relação ao Tribunal de Contas da União (TCU), que poderia dar mais prazo para o governo justificar suas contas de 2014. O Tribunal, de fato, deu mais 15 dias ao governo. No momento de maior estresse, às 11h23, o dólar à vista marcou a máxima de R$ 3,6560 (+1,78%).

O exterior também contribuía em parte para a busca da moeda dos EUA, com o dólar registrando ganhos ante algumas outras divisas no exterior, em meio às dúvidas sobre quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) iniciará seu processo de alta de juros.

Pela manhã, aliás, um dado divulgado nos EUA foi neste sentido: as encomendas de bens duráveis subiram 2% em julho ante junho, bem acima da previsão de avanço de 0,1%. Já a China sugeria uma pressão menor, após Pequim anunciar novas medidas para sustentar a economia.

O fato é que, à tarde, o dólar passou a perder força no Brasil e também no exterior, em primeiro lugar, pelo movimento de realização dos lucros no dia (venda de moeda no intraday).

"A puxada mais cedo foi forte, com o dólar perto dos R$ 3,66. Só que, como em dias anteriores, a pressão arrefeceu à tarde, com muitos investidores vendendo moeda e embolsando os ganhos do dia", comentou Reginaldo Siaca, diretor de câmbio da TOV Corretora. "Este patamar de fechamento de hoje tende a virar piso amanhã."

"O dólar esticou muito e o pessoal deu uma realizada. Nem China, nem política, nem Fed - nada justifica um dólar tão alto", defendeu outro profissional, que prefere não se identificar. "Mas do jeito que está o câmbio, com oscilações fortes, o estrangeiro faz a festa."

O TCU, também à tarde, concedeu mais 15 dias para o governo Dilma justificar detalhes das contas de 2014. "Isso afasta um pouco o problema no tempo. Não resolve, mas afasta", avaliou um terceiro profissional.

Segundo ele, o fato de a comissão mista do Congresso também ter aprovado a elevação da CSLL para os bancos, de 15% para 20%, até 2018, foi bem-recebida.

Viagem

O preço salgado da moeda americana tem assustado os que planejam viagem para fora do país.

Segundo o Banco Central, os gastos de brasileiros em viagens no exterior caíram 30,4% em um ano.

Para especialistas, quem está com viagem marcada para breve deve comprar dólar agora para garantir a viabilidade do passeio. Já quem tem um prazo maior pode adquirir a moeda aos poucos, para obter uma taxa média de cotação.

Para não perder mercado, as agências de turismo têm realizado diversas promoções. Ontem, a CVC, por exemplo, anunciava câmbio reduzido a R$ 3,19 - na semana passada, a operadora havia travado a cotação em R$ 2,99. 

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