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Eletrobras é lanterna nas elétricas com peso da mão estatal

O lucro quatro vezes maior no último trimestre não conseguiu reduzir o receio de que o governo obrigará a estatal a reduzir tarifas

O mercado acionário está castigando a Eletrobras com especulações de que o governo, consumidor de 43% da energia gerada pela companhia, forçará a empresa a aceitar tarifas menores (Tiago Queiroz)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2012 às 08h49.

Rio de Janeiro - As ações da Centrais Elétricas Brasileiras SA têm o pior desempenho entre as empresas do setor elétrico das Américas. O lucro quatro vezes maior no último trimestre não conseguiu reduzir o receio de que o governo obrigará a estatal a reduzir tarifas e salvará distribuidoras com problemas.

A queda de 24 por cento dos papéis da Eletrobras este ano é a maior entre as elétricas das Américas com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. O múltiplo preço por lucro está em 4,3, o que torna a ação a mais barata da região. A estatal, maior elétrica da América do Sul por capacidade, aumentou o lucro do segundo trimestre em 313 por cento na comparação anual, segundo comunicado de 14 de agosto. O resultado teve o impulso da alta do dólar, que elevou a receita de Itaipu, que é apurada na moeda americana.

O mercado acionário está castigando a Eletrobras com especulações de que o governo, consumidor de 43 por cento da energia gerada pela companhia, forçará a empresa a aceitar tarifas menores na renegociação das concessões que vencem em 2015. A presidente Dilma Rousseff disse que quer reduzir os custos de energia do País, que estão entre os mais altos do mundo.

“O governo terá que cortar o custo da energia, o que gera dúvidas sobre como isso será feito”, disse Pedro Galdi, estrategista-chefe da SLW Corretora SA, em entrevista por telefone de São Paulo em 27 de agosto. “Isso afeta todo mundo, não apenas a Eletrobras. Mas a Eletrobras é a maior geradora do Brasil.”

A estatal também é negociada com um desconto em relação a seus concorrentes devido à visão de que o governo está pressionando a empresa para assumir projetos não lucrativos e considerados estratégicos para o País, como a hidrelétrica de Belo Monte, disse o analista Sergio Tamashiro, do Banco Safra SA.

Assim como todos os acionistas controladores, o governo está preocupado com os lucros crescentes, mas é preciso também pensar no bem-estar do povo brasileiro no longo prazo, disse a assessoria de imprensa da Eletrobras por e-mail em resposta a questionamentos. As duas coisas precisam ser equilibradas -- um fato que o mercado, geralmente focado em retornos de curto prazo, tem um certo problema de entendimento, segundo o e-mail.

A assessoria de imprensa do Ministério de Minas e Energia não quis comentar o assunto.

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A queda de 24 por cento dos papéis da Eletrobras este ano é a maior entre as elétricas das Américas com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. O múltiplo preço por lucro está em 4,3, o que torna a ação a mais barata da região. A estatal, maior elétrica da América do Sul por capacidade, aumentou o lucro do segundo trimestre em 313 por cento na comparação anual, segundo comunicado de 14 de agosto. O resultado teve o impulso da alta do dólar, que elevou a receita de Itaipu, que é apurada na moeda americana.

O mercado acionário está castigando a Eletrobras com especulações de que o governo, consumidor de 43 por cento da energia gerada pela companhia, forçará a empresa a aceitar tarifas menores na renegociação das concessões que vencem em 2015. A presidente Dilma Rousseff disse que quer reduzir os custos de energia do País, que estão entre os mais altos do mundo.

“O governo terá que cortar o custo da energia, o que gera dúvidas sobre como isso será feito”, disse Pedro Galdi, estrategista-chefe da SLW Corretora SA, em entrevista por telefone de São Paulo em 27 de agosto. “Isso afeta todo mundo, não apenas a Eletrobras. Mas a Eletrobras é a maior geradora do Brasil.”

A estatal também é negociada com um desconto em relação a seus concorrentes devido à visão de que o governo está pressionando a empresa para assumir projetos não lucrativos e considerados estratégicos para o País, como a hidrelétrica de Belo Monte, disse o analista Sergio Tamashiro, do Banco Safra SA.

Assim como todos os acionistas controladores, o governo está preocupado com os lucros crescentes, mas é preciso também pensar no bem-estar do povo brasileiro no longo prazo, disse a assessoria de imprensa da Eletrobras por e-mail em resposta a questionamentos. As duas coisas precisam ser equilibradas -- um fato que o mercado, geralmente focado em retornos de curto prazo, tem um certo problema de entendimento, segundo o e-mail.

A assessoria de imprensa do Ministério de Minas e Energia não quis comentar o assunto.

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