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Efeito Summers não evita queda de bolsas na Europa

A poucas horas do início da reunião de política monetária do Fed, a palavra de ordem no mercado financeiro europeu é cautela


	Bolsa de Londres: às 7h40 (pelo horário de Brasília), o índice FTSE recuava 0,37%
 (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Bolsa de Londres: às 7h40 (pelo horário de Brasília), o índice FTSE recuava 0,37% (Peter Macdiarmid/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2013 às 08h33.

Londres - A poucas horas do início da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), a palavra de ordem no mercado financeiro europeu é cautela.

Mesmo diante da reação positiva vista na segunda-feira, 16, com o anúncio da saída de Lawrence Summers da disputa pela presidência do banco central dos Estados Unidos, investidores voltam a pisar no freio diante da reunião do Fed, que pode anunciar o início da retirada dos estímulos monetários à maior economia do mundo.

Nem mesmo a forte melhora da confiança na economia alemã é capaz de diminuir a cautela no pregão e as principais bolsas da Europa operam em queda.

Na segunda-feira, 16, o mercado financeiro subiu em reação à decisão de Summers, um ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, de retirar sua candidatura para a presidência do Fed. Para analistas, Summers era um candidato que poderia retirar os estímulos monetários em ritmo mais acelerado que os demais nomes cogitados para substituir Ben Bernanke. Por isso, a desistência do ex-secretário do Tesouro trouxe alívio a muitos investidores.

Mesmo com esse alívio, a cautela prevalece porque começa mais tarde e termina na quarta-feira, 18, a reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Economistas apostam que, nesse encontro, o BC dos EUA deve anunciar a diminuição do ritmo da injeção de dinheiro no mercado.

Para tentar ajudar a economia, o Fed compra atualmente US$ 85 bilhões em títulos de dívida que estão na mão dos bancos. Com essa operação, o BC injeta dinheiro na economia com o objetivo de tentar incentivar a atividade com a oferta de mais crédito via bancos.

Para boa parte dos analistas, esse programa deve começar a ser desmontado com a diminuição das compras mensais em cerca de US$ 10 bilhões. Mesmo com essa expectativa compartilhada por muitos agentes, há pouca certeza sobre como será a reação do mercado financeiro à diminuição da oferta de dinheiro fácil.


"O efeito positivo gerado por Summers desapareceu rapidamente. Muitos investidores parecem não ter muita certeza de que Janet Yellen (atual vice-presidente do Fed) vai ficar com o cargo de Ben Bernanke e algumas pessoas começam a afirmar até que o ex-presidente do Banco de Israel, Stanley Fisher, poderia estar na corrida", dizem os analistas da corretora IronFX em relatório aos clientes, ao comentar que a saída de Summers da disputa poderia adicionar alguma incerteza com relação ao perfil dos concorrentes.

Na Europa, o noticiário da manhã foi positivo. Na Alemanha, o índice de expectativa econômica medido pelo instituto ZEW subiu de 42 em agosto para 49,6 em setembro. O número superou largamente a expectativa do mercado que previa alta para 46.

"O número atingiu o patamar mais elevado desde abril de 2010 e a pesquisa mostra que os entrevistados estão mais otimistas com as perspectivas para a economia alemã e também com o ritmo do restante da atividade na zona do euro. A pesquisa ZEW é um dos primeiros dados relativos ao mês de setembro. Esperamos ver uma melhora ampla em todos os indicadores do mês, incluindo o índice gerente de compras e o clima de negócios IFO", diz a economista do BNP Paribas Evelyn Herrmann.

Apesar da boa notícia vinda da Alemanha, números sobre o setor automobilístico mostram que os problemas persistem no continente. Levantamento da Associação das Montadoras Europeias (ACEA, na sigla em inglês) mostra que a venda de veículos caiu 5% em agosto na comparação com igual mês de 2012. De janeiro a agosto de 2013, o emplacamento de carros novos diminuiu 5,2% na comparação com igual período do ano passado, para 7,841 milhões de veículos. Esse é o pior período de oito meses já registrado pela entidade na série histórica iniciada em 1990.

Às 7h40 (pelo horário de Brasília), os principais mercados europeus operavam em queda à espera do Fed: Londres recuava 0,37%, Frankfurt cedia 0,21%, Paris registrava queda de 0,33% e Madri caía 0,63%. No mercado de moedas, o euro subia e era negociado a US$ 1,3361. O iene registrava ligeira queda e o dólar valia 99,11. A libra, por sua vez, operava praticamente estável, a US$ 1,5897.

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