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É tempo de otimismo com mineradoras, diz Barclays

Analistas atualizam apostas o ano que vem e aconselham aumentar exposição às ações do setor

Os custos dos contratos de minério de ferro podem ser aumentados em até 4 por cento no próximo trimestre (Dario Zalis/AGÊNCIA VALE)

Os custos dos contratos de minério de ferro podem ser aumentados em até 4 por cento no próximo trimestre (Dario Zalis/AGÊNCIA VALE)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2010 às 14h22.

São Paulo - A febre que tem levado os preços do minério de ferro a um super ciclo de altas em 2010 não arrefecerá tão cedo. Na verdade, há pelo menos cinco anos de ambiente favorável garantido para as mineradoras, aposta o Barclays Capital – com destaque para 2011. Na opinião do banco de investimentos, se ainda há investidores conservadores no setor, é tempo de mudar de atitude.

 

“Estamos positivos para o crescimento do setor durante 2011”, dizem os analistas Leonardo Correa e Renato Antunes. Para o banco, o ritmo de alta será estimulado pelo aumento da demanda em projetos de infraestrutura,  a má fase das exportações da Índia  - surpreendida por monções mais longas que o esperado e vítima de intervenção regulatória do governo -  e a acentuada curva de custo da China, a qual os analistas calculam uma dependência de importações 71% maior em 2015.

 

Mesmo as incertezas na Europa, ainda que tragam volatilidade, não devem interromper o ciclo. “A volatilidade continuará, mas recomendamos aos investidores aumentar a exposição aos produtores de minério nos níveis atuais”, escrevem. A curva de preço para o minério de ferro teve cálculos atualizados de 140 para 160 dólares por tonelada métrica seca (dtm) em 2011 e de 135 para 140 dólares por dtm em 2012.

  

Vale

 

A mineradora (VALE3, VALE5) é a top pick – recomendação principal – para os analistas, com classificação overweight (alocação acima da média do mercado). O preço-alvo das ADRs (American Depositary Receipts) da companhia foi aumentado de 42 para 46 dólares. “A Vale é bem posicionada para se beneficiar do superciclo, combinando um momento de fortes ganhos com uma plataforma orgânica de  alto retorno e baixos custos”, escrevem.

 

Além dos bons fundamentos, a dianteira da líder de mercado será reforçada pela demanda de minério de alta qualidade, principalmente da pujante indústria do aço chinesa, não atendida pela precária produção local. “Produtores de minério de ferro de alta qualidade são menos expostos à flutuação de demandas”, reforça o Barclays.

 

 

CSN

 

Para o Barclays, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) chegou ao caminho certo concentrando atenções no minério de ferro para compensar a fraqueza nos negócios de aço.

No entanto, a execução de projetos da empresa ainda deixa a desejar .“Ainda que acreditemos que a CSN tenha uma das melhores operações de minério de ferro do mundo, a companhia tem constantemente entregue resultados abaixo do esperado, principalmente por capacidade portuária mais lenta”, diz o Barclays.

 

Para 2011, as ações da mineradora ganharam recomendação equalweight  (alocação em linha com a média de mercado) e o preço-alvo foi aumentado de 34 para 36 reais. Os analistas reforçam ainda que a CSN é a fabricante de aço preferida no Brasil principalmente em suas fortes perspectivas de lucro.

 

MMX

 

Os investidores estão subestimando a MMX (MMXM3) e sua capacidade de ganhar com o ciclo do ferro. A conclusão dos analistas do Barclays é sustentada pelo argumento do alto potencial de crescimento de projetos como o Serra Azul e pela sustentabilidade da gestão. “Os investidores estão sendo conservadores num cenário de claro crescimento”, criticam.

 

A ação ganhou recomendação overweight (alocação acima da média do mercado) e o preço-alvo foi aumentado de 17 para 18 reais. A companhia foi elogiada principalmente pelo acordo referente ao complexo de minas em Serra Azul, em Minas Gerais, que envolveu a Usiminas e a LLX. O acordo de lavra conjunta da mina Pau de Vinho, da Usiminas, prevê divisão do volume de produção na proporção de 86,5% para a MMX e 13,5 por cento para a unidade da Usiminas.

 

 

Bradespar

 

A empresa que integra o bloco de controle acionário da Vale também será beneficiada pelo ciclo de alta do minério de ferro, diz o Barclays. Os analistas reforçaram sua classificação overweight (alocação acima da média do mercado). “Segundo nossa revisão de estimativas para a Vale, estamos aumentando nossa previsão para Bradespar (BRAP4). Acreditamos que isso vale um prêmio para o papel”, explicam os analistas.

 

Segundo a atualização das expectativas, o preço-alvo foi aumentado de 62 reais para 67 reais em 2011.

 

 

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