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Drama da Netflix continua na bolsa

Empresa cai mais uma vez após anunciar oferta de ações de US$ 400 milhões

Os ativos iniciaram a terça-feira em queda livre e, na mínima do dia, amargavam uma baixa de 7,34% (Getty Images)

Os ativos iniciaram a terça-feira em queda livre e, na mínima do dia, amargavam uma baixa de 7,34% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2011 às 14h05.

São Paulo – O desempenho da Netflix (NFLX) na bolsa, que poderia ser visto com algo parecido a um filme de terror, é definido agora como um drama sem fim. A empresa anunciou ontem à noite ter vendido 400 milhões de dólares em uma colocação privada de ações e em títulos conversíveis. 

O valor definido por cada papel na emissão para a T.Rowe Price Associates ficou em 70 dólares, ou seja, abaixo dos 74,47 do fechamento de ontem. Os títulos que perfazem os 200 milhões restantes têm o vencimento para 12 de janeiro de 2008 e possuem um valor de conversão de 85 dólares. Os papéis estão nas mãos da Technology Crossover Ventures.

Em queda

Os ativos iniciaram a terça-feira em queda livre e, na mínima do dia, amargavam uma baixa de 7,34% para 69 dólares. No ano, a desvalorização acumulada já é de 58%. Alguns analistas parecem ter perdido a paciência. É o caso da Webdush Securities, que tesourou o preço-alvo aos papéis de 82,50 dólares para 45 dólares.

“Parece para nós que a transação anunciada é o resultado da deterioração da performance da Netflix e o correspondente impacto em sua liquidez”, destaca o analista Michael Pachter, em um relatório. A recomendação para as ações é neutra. A Cannacord Guility reiniciou ontem a cobertura da Netflix com uma sugestão de venda e um preço-alvo de 60 dólares.

Desempenho das ações da Netflix em um ano:


“Com esse capital adicional de dois investidores orientados pelo longo prazo fortalecemos o nosso balanço e continuamos focados no crescimento da base de assinantes e no retorno à rentabilidade global depois do lançamento no Reino Unido em 2012”, disse o diretor financeiro da empresa, David Wells, em um comunicado.

Antecedente

Os problemas com os investidores e também com os clientes não começaram agora. Em julho, o presidente da empresa, Reed Hastings, anunciou a divisão da unidade de serviços de transmissão de filmes e programas de televisão pela internet (streaming) daquela de envio de DVDs por correio.

O resultado foi um aumento no valor da assinatura. O plano, que era de 9,99 dólares antes da separação, saltou para 15,98 dólares para quem desejasse continuar com os dois serviços. Os consumidores ficaram irritadíssimos e Hastings veio a público pedir desculpas e voltou atrás da sua decisão.

Mas o estrago já estava feito, como mostra o balanço publicado no dia 24 de outubro. Aproximadamente 800 mil clientes desistiram da Netflix no período. A empresa agora possui 23,79 milhões de clientes nos Estados Unidos, contra 24,59 milhões no segundo trimestre.

A companhia espera mais cancelamentos em outubro e um prejuízo líquido a partir do primeiro trimestre de 2012 por conta dos investimentos da estreia no Reino Unido e na Irlanda. Depois disso, pretende interromper a expansão internacional até o retornar a lucratividade.

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