Dow Jones: o movimento marcou a maior queda diária em pontos do Dow Jones em mais de nove anos (Spencer Platt/Getty Images)
Reuters
Publicado em 2 de fevereiro de 2018 às 21h05.
Nova York - As preocupações com o impacto de um mercado de trabalho aquecido sobre as perspectivas de inflação e um aumento nas taxas de rentabilidade de títulos dos Estados Unidos obrigaram os investidores a deixar o mercado de ações nesta sexta-feira, o que fez o Dow Jones perder quase 666 pontos, a maior queda percentual diária em vinte meses.
O movimento marcou a maior queda diária em pontos do Dow Jones em mais de nove anos.
O índice Dow Jones caiu 2,54 por cento, a 25.521 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 2,12 por cento, a 2.762 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 1,96 por cento, a 7.241 pontos
Com a retração de sexta-feira, os três principais índices de Wall Street registraram a maior perda semanal em dois anos, depois de fecharem em recordes na semana anterior. O S&P 500 e o Dow Jones registraram as piores semanas desde o início de janeiro de 2016, enquanto o Nasdaq teve a maior queda semanal desde fevereiro de 2016.
"As pessoas estão começando a ficar cada vez mais desconfortáveis com o rápido aumento das taxas de juros que vimos e a incerteza sobre como isso realmente vai começar a afetar as ações", disse Chuck Carlson, presidente-executivo da Horizon Investment Services.
As quedas nas ações durante a semana aceleraram depois que o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos informou que o emprego no país cresceu mais do que o esperado em janeiro com o maior ganho salarial em mais de 8 anos e meio.
A imagem dos trabalhadores com salários mais altos alimentou as expectativas de que a inflação está em alta, o que pode levar o Federal Reserve a adotar uma abordagem mais agressiva para o aumento dos juros este ano.
Isso fez com que o rendimento do Treasury de 10 anos subisse para 2,8450 por cento, maior nível desde janeiro de 2014, o que pode tornar os retornos dos Treasuries mais atraentes em relação ao mercado acionário.
Mas os atores do mercado não estão convencidos de que a alta de ações que levou o S&P 500 a subir 5,6 por cento em janeiro acabou. Na verdade, muitos dizem que essa retração estava atrasada.
"Tivemos um relatório de empregos hoje que foi muito forte, colaborando para a tese inflacionária, e eu acho que os mercados estão tentando lidar com isso agora", disse Carlson.
Todos os 11 principais setores do S&P 500 fecharam em baixa nesta sexta-feira. O setor de tecnologia foi o de maior peso para a queda, pressionado pela desvalorização da Microsoft.