Dólar: moeda americana segue movimento nos mercados internacionais e cai frente ao real (Don Farrall/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 22 de junho de 2020 às 17h00.
Última atualização em 22 de junho de 2020 às 17h58.
O dólar fechou em queda, nesta segunda-feira, 22, em linha com a desvalorização da moeda americana no mundo. Parte do movimento se deu em razão da expectativa de uma recuperação econômica mais rápida nos Estados Unidos, após a cidade de Nova York entrar na segunda fase de abertura. Com isso, o dólar comercial caiu 0,9% e fechou sendo vendido por 5,27 reais, enquanto o dólar turismo recuou 0,7%, cotado a 5,56 reais.
O movimento de apreciação do dólar no mundo se deu mesmo com o crescente número de casos de coronavírus nos Estados Unidos. De acordo com a ABC News, 12 estados americanos tiveram recordes de novos casos, desde sexta-feira, enquanto as hospitalizações crescerem em 17. Apesar do aumento do número de infectados, na véspera, foram registradas 283 mortes por covid-19 no país — cerca de 10% do recorde de óbitos registrado em 24 horas.
Para Tulio Portella, diretor comercial da corretora de câmbio B&T, a queda da mortalidade aumenta as expectativas de que a recuperação econômica irá ocorrer de forma mais acelerada, já que reduz a chance de novas paralisações na economia. “Quanto mais tempo parado, mais lenta é a recuperação”, disse.
"O aumento do número de casos é preocupante não só nos Estados Unidos como aqui também. Mas hoje o mercado passou por cima disso e está comemorando a reabertura econômica", disse Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.
No cenário interno, o mercado segue atento aos desdobramentos do caso Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro que foi preso como principal suspeito de fazer supostas “rachadinhas” no gabinete de Flávio, quando este ainda era deputado estadual. Embora preocupe os investidores, o caso segue sem grandes efeitos no mercado.
“Nesse momento o caso ainda não afeta o mercado brasileiro. É algo que envolve a família do presidente, mas não ele diretamente, então acaba não pesando tanto negativamente”, disse Portella.