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Dólar tem leve queda ante o real com volume baixo

Às 12h03, a moeda norte-americana tinha leve queda de 0,17 por cento, para 2,0274 reais na venda


	Detalhe de uma nota de dólar:  mercado consolidou 2 reais como um piso informal depois que o BC interveio com força em meados de setembro
 (AFP)

Detalhe de uma nota de dólar:  mercado consolidou 2 reais como um piso informal depois que o BC interveio com força em meados de setembro (AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2012 às 11h11.

São Paulo - Com baixo volume de negociação, o dólar tinha ligeira queda ante o real nesta segunda-feira, diante de uma agenda fraca de indicadores do exterior e também do receio do investidor de operar num mercado fortemente vigiado pelas autoridades brasileiras.

Às 12h03, a moeda norte-americana tinha leve queda de 0,17 por cento, para 2,0274 reais na venda. Segundo dados da BM&F, o volume negociado estava em torno de 300 milhões de dólares.

"Temos uma agenda muito fraca lá fora hoje, e o horário de verão é complicado. Estamos duas horas adiantados em relação a Nova York, o que nos deixa um pouco defasados e o fluxo diminui", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.

A partir desta segunda-feira, com o início do horário de verão no Brasil, as bolsas de Wall Street passam a abrir às 11h30 (horário de Brasília), enquanto a abertura do mercado de câmbio permanecesse às 9h. Até a abertura das praças acionárias norte-americanas, o dólar era negociado perto da estabilidade.


O volume do mercado de câmbio já vem sendo prejudicado pelo receio de intervenção do Banco Central e do governo brasileiro para manter o dólar valorizado, com o objetivo de aumentar a competitividade da indústria brasileira no exterior.

O mercado consolidou 2 reais como um piso informal depois que o BC interveio com força em meados de setembro, repetindo a ação no início de outubro, desta vez com o dólar num nível um pouco mais distante do piso, em torno de 2,016 reais.

"Realmente o investidor fica com o pé atrás, o que deixa o volume menor. O mercado entende que se (o dólar) cair um pouco além de 2,02 reais o BC entra com swap. Por isso o mercado está estabilizado nesse nível", disse Ferreira, referindo-se à principal arma de intervenção do BC até então, os leilões de swap cambial reverso, que equivalem a uma compra de dólares no mercado futuro.

O corte da taxa básica de juros para uma nova mínima histórica --de 7,25 por cento-- também colaborava para diminuir a entrada de fluxo no país, uma vez que a remuneração do capital fica menor.

Para o economista sênior do Goldman Sachs Alberto Ramos, as autoridades brasileiras deverão resistir tanto ao aumento dos juros como à apreciação do real pelo tempo que for possível.

"Nós estamos ligando uma probabilidade de crescimento a um cenário em que as autoridades... atrasem o primeiro aumento dos juros para algum momento de 2014", afirmou Ramos.

Nas próximas sessões, os investidores irão aguardar a possível rolagem dos contratos de swap cambial reverso que vencem em 1o de novembro. Se o BC optar por não ampliar o vencimento, isso poderá gerar uma pressão de queda no dólar e ameaçar o piso de 2 reais. De acordo com informações do BC, vencem nessa data 2,990 bilhões de dólares, ou 59.800 contratos.

"A rolagem (dos swaps) depende do mercado. Se tiver pressão (de queda) no dólar, ele pode adiantar a rolagem. Mas isso não deve acontecer e então o BC vai optar por rolar os contratos somente na véspera", disse Ferreira, da Intercam.

No exterior, o dólar tinha pequenas quedas em relação a outras moedas devido a novas esperanças de que a Espanha está se aproximando de pedir um resgate. Isso porque o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, ganhou um impulso para suas medidas de austeridade depois de conquistar uma vitória na eleição regional da Galícia, sua base eleitoral, neste fim de semana.

Em relação a uma cesta de moedas, o dólar tinha oscilação negativa de 0,07 por cento, enquanto o euro avançava 0,36 por cento frente à divisa dos Estados Unidos.

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