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Dólar tem leve alta com renovados temores de guerra comercial

Às 12h13, o dólar avançava 0,05%, a 3,7606 reais na venda, depois de ter subido 0,11% na véspera

Um movimento mais técnico, com operações pontuais de venda perto do final da manhã, tirou o dólar das máximas do dia, explicaram operadores (Gary Cameron/Reuters)

Um movimento mais técnico, com operações pontuais de venda perto do final da manhã, tirou o dólar das máximas do dia, explicaram operadores (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 2 de agosto de 2018 às 12h27.

São Paulo - O dólar operava com leve alta ante o real nesta quinta-feira, de olho no mercado internacional em meio aos temores diante da guerra comercial travada pelos Estados Unidos contra a China.

Um movimento mais técnico, com operações pontuais de venda perto do final da manhã, tirou o dólar das máximas do dia, explicaram operadores. A moeda norte-americana chegou a tocar 3,7828 reais neste pregão.

Às 12:13, o dólar avançava 0,05 por cento, a 3,7606 reais na venda, depois de ter subido 0,11 por cento na véspera. O dólar futuro avançava cerca de 0,30 por cento.

"Havia expectativa de diálogo mais acelerado e tudo indica que isso não vem acontecendo. Está sendo muito lento e de forma não equilibrada", afirmou o analista da corretora Guide Rafael Passos.

Na véspera, o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou que está propondo aumento tarifário a 25 por cento, ante 10 por cento, sobre 200 bilhões de dólares em bens chineses, enquanto os dois países continuam conversando para determinar se as negociações comerciais podem ser retomadas.

A China pediu que os EUA voltassem à razão e já avisou que "chantagem" não vai funcionar com eles.

O dólar, assim, subia ante uma cesta de moedas, influenciado também pela avaliação otimista feita na véspera pelo Federal Reserve, banco central dos EUA, sobre a economia do país, indicando que deverá subir os juros mais duas vezes neste ano.

O dólar também avançava ante moedas de países emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano.

O cenário político doméstico seguia como pano de fundo dos negócios locais nesta reta final para as convenções partidárias que definirão os candidatos para a corrida presidencial.

"Agradou o fato de o PSB não apoiar Ciro (Gomes, candidato do PDT à Presidência)... Suas propostas são totalmente contra o que o mercado defende", afirmou Passos.

Na véspera, o PSB acertou com o PT de se manter neutro no primeiro turno das eleições à Presidência, o que evita uma aliança com Ciro. A decisão dos socialistas mantém a divisão da esquerda, que deve chegar ao primeiro turno com dois candidatos com alguma força, o próprio Ciro e eventual substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso da impugnação da sua candidatura pelo PT.

Além disso, o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, conquistou apoio dos partidos do blocão e terá o maior tempo na propaganda eleitoral na TV e rádio, situação que pode fazê-lo ganhar mais fôlego, já que tem aparecido com fraca intenção de votos em pesquisas. O tucano é o candidato que o mercado prefere porque o considera com perfil mais reformista.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 480 milhões de dólares do total que vence em setembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá rolado o total que vence de 5,255 bilhões de dólares.

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