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Dólar tem leve alta à espera de BC e de olho no exterior

Às 10h30, o dólar avançava 0,35 por cento, a 3,9103 reais na venda, antes de leilão de 2 bilhões de dólares com compromisso de recompra, em ação do BC

Dólar: moeda tem alta (Ricardo Moraes/Reuters)

Dólar: moeda tem alta (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de dezembro de 2018 às 10h50.

O dólar era negociado com leve alta ante o real nesta quarta-feira, com investidores à espera de um leilão de venda da moeda com compromisso de recompra e de olho na movimentação política nos Estados Unidos.

Às 10h30, o dólar avançava 0,35 por cento, a 3,9103 reais na venda, antes de leilão de 2 bilhões de dólares com compromisso de recompra, em nova ação do Banco Central no mercado. O dólar futuro DOLc1 tinha alta de cerca de 0,2 por cento.

"Os mercados reagem às incertezas políticas nos EUA", escreveram analistas da XP.

Investidores acompanham desdobramentos de uma série de questões políticas desencadeadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além da queda recente nas bolsas globais e no preço do petróleo como indicadores de desaceleração do crescimento mundial.

Enquanto negocia os termos de um acordo com a China para encerrar uma disputa comercial, Trump chegou a discutir reservadamente a demissão do chairman do Fed, Jerome Powell, e voltou a atacá-lo na véspera do Natal, dizendo que o banco central era o "único problema" da economia dos EUA.

A pressão de Trump pela aprovação de recursos pelo Congresso para construção de um muro na fronteira do México também levou a uma paralisação parcial do governo desde sábado, num impasse que segundo ele continuará até que haja dinheiro para a obra.

"Desde sua eleição em 2016, com maior ênfase a partir do último trimestre de 2017, Trump tem sido um elemento de disrupção constante para o mercado financeiro americano e global", escreveu Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

"Um dos grandes baluartes da economia americana é a independência formal do banco central e o pedido constante de demissão de Powell por parte de Trump e suas reclamações com o Fed tem ecoado negativamente no mercado, levando à pior véspera de Natal das bolsas americanas", completou

Desde a semana passada, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, fez uma série de contatos para monitorar o mercado depois que o S&P 500 fechou no nível mais baixo desde a Grande Depressão há quase um século.

Depois de consultar os seis maiores bancos do país sobre sua liquidez, Mnuchin ouviu dos reguladores financeiros do governo que não há nada fora do normal nos mercados, numa movimentação que deixou investidores receosos.

Nesta quarta-feira, o dólar recuperava perdas contra uma cesta das seis principais moedas, em cenário de fuga do risco que também provocava compra de títulos do governo dos EUA.

 

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