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Dólar tem ganhos consistentes, na contramão do exterior

No fim, o dólar à vista negociado no balcão fechou com alta de 1,3%, cotado a R$ 2,258, na máxima da sessão. No ano, a moeda acumula alta de 10,42%


	Profissional da mesa de câmbio de um banco ligou a alta do dólar ante o real a um movimento de ajuste em relação à baixa desta segunda
 (Mark Wilson/Getty Images)

Profissional da mesa de câmbio de um banco ligou a alta do dólar ante o real a um movimento de ajuste em relação à baixa desta segunda (Mark Wilson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2013 às 17h15.

São Paulo - Após o forte recuo desta segunda-feira, 15, o dólar registrou ganhos consistentes ante o real nesta quarta-feira, na contramão do exterior.

A moeda dos Estados Unidos chegou a abrir o dia em baixa no Brasil, mas isso atraiu para os negócios importadores e outras companhias com necessidade de dólares, o que impulsionou as cotações. Profissionais citaram ainda um movimento de recomposição de posições após o recuo desta segunda-feira.

No fim, o dólar à vista negociado no balcão fechou com alta de 1,3%, cotado a R$ 2,258, na máxima da sessão. No ano, a moeda acumula alta de 10,42%.

Na mínima desta terça-feira, logo no início do dia, a moeda chegou a marcar R$ 2,2080 (-0,94%). Este patamar, o mais baixo para o intraday desde o dia 28, atraiu agentes interessados em comprar moeda.

"A queda forte do dólar ontem e o início em queda hoje (16) chamaram a atenção do importador e de empresas que precisam fazer algum pagamento em moeda estrangeira", afirmou o gerente de Câmbio da TOV Corretora, Fernando Bergallo. "Até umas 10h15 da manhã, muitos clientes ligaram para pegar o dólar em baixa", acrescentou.


Profissional da mesa de câmbio de um banco ligou a alta do dólar ante o real a um movimento de ajuste em relação à baixa desta segunda. "Foi uma queda muito forte e houve certo exagero. Além disso, ordens de stop foram aparecendo, o que aprofundou o movimento. Hoje, o mercado devolveu isso", afirmou.

O mercado comentou ainda que na segunda-feira, após os dados da China terem vindo dentro do esperado, trazendo alívio quanto ao crescimento do país asiático, uma grande instituição financeira teria vendido numerosa quantidade de dólares no mercado futuro do Brasil, desarmando posições. Nesta terça, este mesmo banco teria atuado no mercado à vista, mas comprando moeda, valendo-se das cotações mais baixas do início do dia.

"Essa instituição acabou afetando o preço, em função da baixa liquidez. Se ela tivesse entrado nos negócios quando o giro estivesse mais alto, o impacto seria menor", disse uma fonte.

Neste cenário, o dólar renovou as cotações máximas da sessão mais para o fim dos negócios. Mas, mesmo com a moeda no Brasil bastante descolada do que se via no exterior, o Banco Central (BC) se manteve fora dos negócios. Da mínima de R$ 2,208 marcada mais cedo para a máxima de R$ 2,258 no fim da sessão, a moeda dos EUA oscilou +2,26%. Perto das 16h30 (horário de Brasília), a clearing de câmbio da BM&FBovespa registrava giro financeiro bastante contido, de apenas US$ 1,148 bilhão, sendo US$ 1,046 bilhão em D+2. No mercado futuro, o dólar para agosto era cotado a R$ 2,264, em alta de 1,57%.

No exterior, o dólar recuava ante boa parte das demais divisas, com os investidores mantendo a cautela antes dos depoimentos no Congresso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central do país), Ben Bernanke, nesta quarta-feira, 17, e na quinta-feira, 18. Isso aconteceu apesar da divulgação de indicadores positivos sobre a economia norte-americana e de mais um integrante do Fed ter afirmado, pela manhã, que é hora de reduzir as compras de bônus - em tese, estes dois fatores poderiam sugerir alta do dólar ante outras divisas no exterior, e não queda.

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