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Dólar tem forte queda após trégua comercial entre EUA e China

Às 10h, o dólar recuava 0,46 por cento, a 3,8381 reais na venda, depois de acumular alta de 3,58 por cento em novembro, terminando o mês a 3,8558 reais

O dólar iniciou dezembro em queda ante o real (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

O dólar iniciou dezembro em queda ante o real (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 09h06.

Última atualização em 3 de dezembro de 2018 às 10h23.

São Paulo - O dólar iniciou dezembro em queda ante o real, sob influência do mercado internacional após os presidentes dos Estados Unidos e da China terem concordado no final de semana em suspender novas tarifas comerciais por 90 dias e ainda com a disparada do preço do petróleo aliviando a pressão sobre o câmbio.

Às 10:03, o dólar recuava 0,46 por cento, a 3,8381 reais na venda, depois de acumular alta de 3,58 por cento em novembro, terminando o mês a 3,8558 reais. O dólar futuro tinha baixa de quase 0,75 por cento.

"A trégua de 90 dias no embate comercial Estados Unidos/China dá algum respiro momentâneo aos mercados que esperam que durante esse período as maiores economias do planeta possam enfim encontrar bom termo nas negociações comerciais", escreveu o operador de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, ao acrescentar que a "notícia tende a aumentar ao apetite por risco".

China e EUA concordaram em não aplicar tarifas adicionais, em um acordo que evita que a guerra comercial cresça, no momento em que ambos os lados tentam resolver as divergências em novas negociações que visam alcançar um acordo dentro de 90 dias.

A Casa Branca disse no sábado que o presidente Donald Trump, falou ao presidente chinês, Xi Jinping, que ele não aumentará as tarifas sobre 200 bilhões dedólares em bens chineses para 25 por cento em 1 de janeiro, como anunciado anteriormente.

Pequim, por sua vez, concordou em comprar uma quantidade não especificada, mas "muito substancial" de produtos agrícolas, energéticos e industriais, disse a Casa Branca em comunicado. Também concordou em "reduzir e remover" tarifas abaixo do nível de 40 por cento sobre veículos dos EUA.

No exterior, o dólar caía ante a cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

O forte avanço dos preços do petróleo nesta sessão, sob influência da trégua comercial e antes de uma reunião dos produtores nesta semana, também ajudava a aliviar a pressão no câmbio. Há expectativa de que os integrantes da Opep anuncie um corte na produção.

Internamente, os investidores monitoravam o noticiário político, ainda à espera de um acordo sobre a cessão onerosa e também a recuperação do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, que convalesce de uma infecção viral.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,83 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de janeiro, no total de 10,373 bilhões de dólares.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la nas próximas três semanas, como previu o BC em nota, terá feito a rolagem integral.

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