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Dólar sobe ante real atento a exterior e à atuação do BC

Moeda norte-americana subiu 0,57%, a R$ 1,762 na venda

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

A aversão a risco generalizada no cenário externo levou o dólar a fechar em alta ante o real nesta sexta-feira, com os agentes ainda acompanhando também possíveis atuações adicionais do Banco Central no mercado de câmbio. A moeda norte-americana subiu 0,57%, a R$ 1,762 na venda, oscilando entre queda de 0,29% e avanço de 0,86% ao longo da jornada.

"A deterioração dos mercados externos está valorizando o dólar hoje", disse Marcos Forgione, operador de câmbio da B&T Corretora de Câmbio. Forgione acrescentou que a alta da cotação também se deu em razão de ajustes, após o dólar ter operado nos últimos dias nos menores níveis desde janeiro.

As operações locais refletiram a valorização da moeda norte-americana no exterior, onde o dólar subia 0,38% ante outras divisas, em meio ao aumento geral da aversão a risco.
Ações e commodities, ativos considerados mais arriscados, se depreciavam após preocupações com o setor financeiro global, depois que a Securities and Exchange Commission (SEC, órgão regulador do mercado de capitais dos EUA), acusou o banco Goldman Sachs de fraude em operações ligadas a hipotecas de alto risco.

Por aqui, os agentes seguiram repercutindo a atuação do Banco Central da véspera, quando realizou dois leilões de compra de dólares no mercado à vista, algo não visto havia quase três anos. 
 


O fato aumentou o debate sobre a postura da autoridade monetária ante o mercado de câmbio, bem como eventuais compras diretas de moeda estrangeira por parte do Tesouro Nacional para o Fundo Soberano. "Ontem, por exemplo, o objetivo do BC foi claramente controlar a taxa", avaliou o gerente de câmbio de uma corretora paulista, que pediu anonimato.

Contudo, o profissional acredita no alcance limitado de possíveis medidas para conter a depreciação do dólar, apostando que as perspectivas de fluxo no curto prazo devem garantir a taxa em queda. "Temos que lembrar também que o BC deve subir o juro em breve, o que atrai mais dinheiro para o mercado local, colaborando para a queda do dólar", acrescentou.

Entre as operações que podem trazer bilhões de dólares nos próximas semanas está a oferta de ações do Banco do Brasil, além emissões de dívida, como a realizada nesta semana pelo Bradesco.

Segundo dados parciais da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa pouco antes do fechamento, o volume no mercado local de câmbio girava em torno de US$ 5,5 bilhões, em operações com liquidação em um e dois dias (D+1, D+2).
 


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