Mercados

Dólar sobe quase 1% e volta a R$ 2,25

O dólar fechou com alta ante o real de quase 1 % nesta terça-feira, voltando ao patamar de 2,25 reais, com os sinais de fraqueza da indústria brasileira


	O dólar fechou em alta de 0,84 %, cotado a 2,2501 reais na venda, depois de chegar a 2,2543 reais na máxima do dia
 (Joe Raedle/Newsmakers)

O dólar fechou em alta de 0,84 %, cotado a 2,2501 reais na venda, depois de chegar a 2,2543 reais na máxima do dia (Joe Raedle/Newsmakers)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2013 às 17h36.

São Paulo - O dólar fechou com alta ante o real de quase 1 % nesta terça-feira, voltando ao patamar de 2,25 reais, com os sinais de fraqueza da indústria brasileira, que alimenta o temor de saída de investidores do mercado local, e também com o mau humor externo.

A forte queda da produção industrial brasileira em maio, que coloca em dúvida a recuperação da atividade econômica, tornou-se a catalisadora da valorização do dólar desde o início da sessão, movimento que ganhou força nas últimas horas do pregão pelas forte quedas na Bovespa.

O dólar fechou em alta de 0,84 %, cotado a 2,2501 reais na venda, depois de chegar a 2,2543 reais na máxima do dia. O volume negociado no mercado, segundo dados da BM&F, estava em torno de 2,1 bilhões de dólares.

"O dólar está acompanhando o movimento internacional, mas foi exagerado pelo mau humor na Bovespa", afirmou o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal.

O IBovespa chegou a recuar quase 5 % nesta segunda-feira, tragado pelo amplo movimento de vendas generalizadas, com as empresas "X", do empresário Eike Batista, liderando as perdas.

O nervosismo do mercado apareceu logo no início da sessão, após a divulgação de que a produção industrial no país despencou 2 % em maio, bem abaixo das expectativas de analistas, puxada pelo tombo no segmento de bens de capital --uma leitura indicativa de investimentos.

"Os números da produção industrial não favoreceram e o mercado ficou um pouco nervoso. Esse resultado está mostrando que estamos em um novo patamar de PIB: o pibinho. E isso volta a pressionar o câmbio", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira.

A valorização da moeda estrangeira deixou operadores apreensivos durante todo o pregão em relação a uma possível atuação do Banco Central para tentar limitar a alta, o que acabou não se acontecendo. "É muito estranho o BC estar quieto", resumiu o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.

A última vez que o câmbio chegou a 2,25 reais foi no dia 20 de junho. Naquela ocasião, o BC realizou venda de swap tradicional -equivalente a oferta de dólares no mercado futuro-- e dois leilões de linha, venda da divisa com compromisso de recompra.


No mercado externo, o dólar avançou diante de novos dados sobre a maior economia do mundo sustentar a visão de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, vai reduzir o programa de estímulo monetário.

Com isso, a divisa dos EUA atingiu durante a sessão o maior patamar em quatro semanas em relação ao euro e o maior em cinco semanas em relação a uma cesta de moedas.

Além disso, a divulgação do relatório de empregos dos Estados Unidos, com a taxa de desemprego do país em junho, na sexta-feira também deu fôlego ao mercado externo. Analistas consultados pela Reuters indicam que ela ficará em 7,5 %, um pouco menor do que os 7,6 % vistos no mês anterior.

O desemprego é uma das principais variáveis que o Fed está acompanhando para definir os próximos passos de sua política monetária.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarIndústriaIndústrias em geralMoedas

Mais de Mercados

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Ibovespa fecha em alta de mais de 1% puxado por Vale (VALE3)

Mais na Exame