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Dólar sobe pelo 2ª dia por exterior e declarações do BC

Na mínima, pela manhã, a moeda mostrou estabilidade, valendo R$ 1,9640


	Notas de dólar
 (Getty Images)

Notas de dólar (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - Após operar na faixa de R$ 1,95 no início da semana, o dólar à vista encontrou vários motivos para subir nesta quinta-feira. O ambiente externo conturbado, com investidores em busca de ativos mais seguros, fez a moeda norte-americana avançar ante o euro e as divisas com elevada correlação com commodities. No Brasil, declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, favoreceram a alta do dólar, assim como uma remessa de recursos para o exterior por uma grande companhia. O dólar encerrou em alta de 0,56%, cotado a R$ 1,9750, no segundo pregão seguido de valorização.

Na mínima, pela manhã, a moeda mostrou estabilidade, valendo R$ 1,9640. Na máxima, às 12h20, atingiu R$ 1,9800 (+0,81%). Perto das 17 horas, a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro de US$ 3,119 bilhões. O dólar pronto da BM&F terminou em alta de 0,71%, a R$ 1,9740, com três negócios. No mesmo horário, no mercado futuro, o dólar para março subia 0,61%, a R$ 1,97550.

No exterior, a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), divulgada na véspera, sinalizando que o banco central dos Estados Unidos pode encurtar seu programa de compra de ativos, elevou a busca por ativos de menor risco, como o dólar. Indicadores negativos anunciados nos EUA - como os pedidos de auxílio-desemprego na última semana acima da previsão - e na Europa também fizeram os investidores correr para o dólar.

O movimento foi amplificado, no Brasil, por uma remessa volumosa de dólares ao exterior, feita por uma companhia petrolífera, conforme fontes ouvidas pela reportagem. "Foi uma remessa grande, mas foi fatiada ao longo do dia, em vários momentos", comentou um profissional. "Com essas saídas, o dólar subiu mais e algumas exportadoras até aproveitaram para internalizar recursos, aproveitando a cotação", citou outro operador.

"Mas o fato mais relevante para o dia foi a ata do Fed, que deu a entender que o BC americano vai começar a reduzir as injeções de liquidez antes do esperado. E como pode cessar a oferta de dinheiro, surge uma aversão ao risco, com o mercado correndo para o dólar", comentou Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora.

No início da tarde, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, afirmou que as "variações no câmbio certamente têm impacto na inflação", mas disse esperar um "câmbio menos volátil do que no passado recente". Hamilton, no entanto, fez questão de ressaltar que "o câmbio é flutuante". Para alguns profissionais, os comentários de Hamilton estão em sintonia com os discursos mais recentes do presidente do BC, Alexandre Tombini, e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que dólar não é o principal instrumento de controle da inflação - e, sim, os juros.

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