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Dólar sobe no início dos negócios e volta a R$2,40

Investidores ainda estão atentos aos desdobramentos da disputa presidencial brasileira


	Dólar: às 12h14, a moeda norte-americana avançava 1,38%, a 2,4164 reais na venda
 (AFP)

Dólar: às 12h14, a moeda norte-americana avançava 1,38%, a 2,4164 reais na venda (AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 14h02.

São Paulo - O dólar ampliava a alta e subia mais de 1 por cento, voltando a 2,41 reais nesta quinta-feira, em meio à onda global de valorização da divisa norte-americana provocada por expectativas sobre o futuro da política monetária nos Estados Unidos e na Europa, com investidores locais ainda atentos à estratégia de intervenções do Banco Central e à cena eleitoral.

Às 12h14, o dólar avançava 1,38 por cento, a 2,4164 reais na venda, chegando bater 2,4171 reais na máxima do dia e a 2,3959 reais na mínima.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 390 milhões dólares.

"Há um movimento generalizado de alta do dólar que está respingando aqui", afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, lembrando que o mercado, há tempos, vem se ajustando para alta nos juros nos Estados Unidos no próximo ano.

"Não dá para sustentar um dólar barato com isso em mente".

O dólar chegou a bater, contra uma cesta de moedas, máxima em quatro anos, com investidores antecipando que a política monetária da Europa se tornará mais expansionista e, por outro lado, a dos EUA, mais apertada. Ou seja, que vão em direções opostas.

Apesar do alívio europeu, a perspectiva de que os juros devem subir já no ano que vem na maior economia do mundo, possivelmente atraindo recursos aplicados em outros países, tem golpeado moedas de países emergentes.

O dólar subia frente aos pesos mexicano e chileno.

No Brasil, a pressão externa vem junto com incertezas sobre as eleições presidenciais de outubro.

A atual presidente Dilma Rousseff (PT), cuja condução da política econômica tem sido alvo de críticas nos mercados, tem ganhado força e encostado em sua rival Marina Silva (PSB) num esperado segundo turno nas últimas pesquisas de intenção de voto.

"Estamos a menos de duas semanas das eleições e a pressão só aumenta no mercado", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

Diante dessas tensões, o BC reagiu nesta semana e aumentou suas intervenções no câmbio --ampliando os leilões de swaps cambiais para rolagem-- para enfrentar a volatilidade, logo após o dólar fechar a 2,40 reais pela primeira vez em sete meses.

Isso levou investidores a avaliarem que o BC quer evitar cotações além desse nível, com medo de impactos inflacionários.

"Entende-se que o BC entra em estado de alerta quando o dólar chega nesse patamar", acrescentou Ferreira.

Segundo analistas, parte da alta desta sessão ocorria porque investidores também testavam a disposição do BC.

Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias.

Foram vendidos 3,5 mil contratos para 1º de junho e 500 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 198,2 milhões de dólares.

O BC também vendeu a oferta total de até 15 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em outubro. Ao todo, já rolou cerca de 75 por cento do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares.

Atualizado às 12h42

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