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Dólar sobe no início dos negócios com atuação do BC

Às 9h10, o dólar avançava 0,67%, a 3,6250 reais na venda, após cair 0,26% na sessão passa

Dólares: a autoridade moentária ofertará apenas até 2,5 mil contratos, frente a até 3,6 mil contratos previamente (Thinkstock/BrianAJackson)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2016 às 10h56.

São Paulo - O dólar avançava cerca de 1% frente ao real nesta quarta-feira, após o Banco Central atuar para sustentar as cotações pelo terceiro dia consecutivo, mas manter a estratégia de vendas parciais, deixando alguns investidores confusos sobre suas intenções.

Às 10:39, o dólar avançava 1,14%, a 3,6418 reais na venda, depois de recuar 0,26% na sessão passada.

"Parece que o BC está insistindo e o mercado está cedendo aos esforços dele", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

O BC vendeu 17 mil dos 20 mil swaps cambiais reversos, contratos equivalentes a compra futura de dólares, no leilão desta quarta-feira. Trata-se da terceira operação desse tipo em três dias, após a autoridade monetária deixar a ferramenta encostada por três anos.

O BC também reduziu pela segunda vez neste mês a oferta de swaps cambiais tradicionais --que atuam na ponta inversa dos swaps reversos, funcionando como venda futura de dólares-- para rolagem dos vencimentos em abril.

O BC ofertará apenas até 2,5 mil swaps tradicionais no leilão desta sessão, contra até 3,6 mil antes.

Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês e vender sempre a oferta integral, rolará apenas pouco mais de 70% do lote do mês que vem, equivalente a 10,092 bilhões de dólares.

Alguns operadores haviam entendido a atuação do BC nas duas últimas sessões como uma ferramenta para o BC sondar a demanda pelos instrumentos.

As vendas parciais teriam sido um sinal de que a autoridade monetária não teria como objetivo colocar um piso para as cotações, mas apenas garantir que a queda da moeda norte-americana aconteça de forma suave.

No entanto, a continuidade da atuação lançou dúvidas sobre a estratégia da autoridade monetária.

Alguns operadores discutiam inclusive a possibilidade de o BC evitar deixar o dólar cair abaixo de 3,60 reais de forma a proteger as exportações brasileiras em um momento de forte recessão.

"Não ficaria surpreso se o mercado voltar a testar (cotações mais baixas) para conseguir respostas", disse o operador da corretora de um banco nacional.

As ações recentes do BC contribuem para reduzir o estoque de quase 110 bilhões de dólares em swaps tradicionais em circulação, que tende a gerar custos quando o dólar se fortalece.

Na terça-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, defendeu esse estoque como importante para a estabilidade financeira, embora veja menor demanda pelos instrumentos.

Uma das explicações para as vendas parciais do BC era que as propostas dos investidores no leilão não teriam sido atraentes.

"O mercado sabe que o BC quer desovar um estoque grande e por isso pressiona as taxas", acrescentou o operador.

A alta do dólar nesta sessão vinha também em linha com o movimento do câmbio no exterior.

Muitos operadores reviam suas expectativas para a política monetária norte-americana após duas autoridades do Federal Reserve encorajarem expectativas de pelo menos dois aumentos de 0,25 ponto percentual nos juros neste ano.

"A probabilidade dos juros voltarem a subir nos EUA tem aumentado", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em nota a clientes.

Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em economias emergentes, como o Brasil.

Matéria atualizada às 10h56

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São Paulo - O dólar avançava cerca de 1% frente ao real nesta quarta-feira, após o Banco Central atuar para sustentar as cotações pelo terceiro dia consecutivo, mas manter a estratégia de vendas parciais, deixando alguns investidores confusos sobre suas intenções.

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"Parece que o BC está insistindo e o mercado está cedendo aos esforços dele", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

O BC vendeu 17 mil dos 20 mil swaps cambiais reversos, contratos equivalentes a compra futura de dólares, no leilão desta quarta-feira. Trata-se da terceira operação desse tipo em três dias, após a autoridade monetária deixar a ferramenta encostada por três anos.

O BC também reduziu pela segunda vez neste mês a oferta de swaps cambiais tradicionais --que atuam na ponta inversa dos swaps reversos, funcionando como venda futura de dólares-- para rolagem dos vencimentos em abril.

O BC ofertará apenas até 2,5 mil swaps tradicionais no leilão desta sessão, contra até 3,6 mil antes.

Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês e vender sempre a oferta integral, rolará apenas pouco mais de 70% do lote do mês que vem, equivalente a 10,092 bilhões de dólares.

Alguns operadores haviam entendido a atuação do BC nas duas últimas sessões como uma ferramenta para o BC sondar a demanda pelos instrumentos.

As vendas parciais teriam sido um sinal de que a autoridade monetária não teria como objetivo colocar um piso para as cotações, mas apenas garantir que a queda da moeda norte-americana aconteça de forma suave.

No entanto, a continuidade da atuação lançou dúvidas sobre a estratégia da autoridade monetária.

Alguns operadores discutiam inclusive a possibilidade de o BC evitar deixar o dólar cair abaixo de 3,60 reais de forma a proteger as exportações brasileiras em um momento de forte recessão.

"Não ficaria surpreso se o mercado voltar a testar (cotações mais baixas) para conseguir respostas", disse o operador da corretora de um banco nacional.

As ações recentes do BC contribuem para reduzir o estoque de quase 110 bilhões de dólares em swaps tradicionais em circulação, que tende a gerar custos quando o dólar se fortalece.

Na terça-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, defendeu esse estoque como importante para a estabilidade financeira, embora veja menor demanda pelos instrumentos.

Uma das explicações para as vendas parciais do BC era que as propostas dos investidores no leilão não teriam sido atraentes.

"O mercado sabe que o BC quer desovar um estoque grande e por isso pressiona as taxas", acrescentou o operador.

A alta do dólar nesta sessão vinha também em linha com o movimento do câmbio no exterior.

Muitos operadores reviam suas expectativas para a política monetária norte-americana após duas autoridades do Federal Reserve encorajarem expectativas de pelo menos dois aumentos de 0,25 ponto percentual nos juros neste ano.

"A probabilidade dos juros voltarem a subir nos EUA tem aumentado", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em nota a clientes.

Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em economias emergentes, como o Brasil.

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