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Dólar sobe mesmo com operações do BC e leilões

Remessa de dólares ao exterior, típica do fim de ano, teria influenciado a alta da divisa norte-americana apesar de leilões do BC


	Dólar: a moeda à vista encerrou o pregão com valorização de 0,38%
 (Getty Images)

Dólar: a moeda à vista encerrou o pregão com valorização de 0,38% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 17h20.

São Paulo - O Banco Central (BC) voltou a atuar nesta segunda-feira no mercado de câmbio, por meio de dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), mas ainda assim o dólar fechou o dia em alta ante o real. Apesar dos leilões desta segunda, que haviam sido anunciados na última sexta-feira, o dólar à vista subiu 0,38% no balcão, cotado a R$ 2,0960.

Profissionais justificaram o movimento destacando o fluxo negativo de fim de ano, quando as empresas no Brasil aceleram as remessas de dólares ao exterior. Pouco antes das 16h, o BC anunciou mais três leilões de linha para amanhã, em mais uma tentativa de irrigar o mercado com dólares, mas o comunicado da autoridade monetária não chegou a reduzir os ganhos da moeda americana de forma substancial.

Na mínima do dia, perto da abertura dos negócios, o dólar à vista chegou a ser cotado a R$ 2,0850 no balcão e, na máxima, verificada à tarde, a R$ 2,0970. Da mínima para a máxima, a moeda americana oscilou +0,58%. Perto das 16h50, o giro financeiro somava US$ 1,963 bilhões. Na BM&F, não houve negócios com a moeda à vista. No mesmo horário, o dólar para janeiro de 2013 era cotado a R$ 2,0985 (+0,48%).

Durante o dia, quando o dólar se aproximou dos R$ 2,10 no balcão, profissionais do mercado citaram a possibilidade de o BC voltar a atuar, desta vez por meio de venda de moeda no mercado à vista ou de leilões de swap cambial tradicional (equivalente a venda de dólares no mercado futuro).

"O leilão de venda com recompra é paliativo, não tem o mesmo efeito de um leilão à vista ou de swap, porque o prazo dele é muito curto", comentou João Paulo de Gracia Corrêa, gerente de câmbio da Correparti Corretora, de Curitiba. Na prática, como existe o compromisso de recompra em prazo muito curto, o efeito imediato sobre o câmbio é menor.


Nas operações desta segunda, o BC vendeu a moeda norte-americana com compromisso de recompra em 18 de janeiro a R$ 2,0975 e em 19 de fevereiro a R$ 2,1066. Como o BC fixou em R$ 2,0889 a taxa de câmbio para venda da moeda nesses leilões, os valores para recompra embutem altas de 0,41% até 18 de janeiro e de 0,85% até 19 de fevereiro.

Apesar de alguns profissionais esperarem atuações mais efetivas do BC, caso o dólar superasse os R$ 2,10, a autoridade monetária optou por anunciar, no fim do dia, novos leilões de linha para a manhã de terça-feira. O BC vai oferecer até US$ 1,5 bilhão, distribuídos entre três operações: o primeiro leilão será realizado entre 10h15 e 10h20; o segundo, entre 10h30 e 10h35; e o terceiro, das 10h45 às 10h50.

A taxa de câmbio de venda de dólares será a Ptax do boletim das 10 horas de amanhã. Após o anúncio dos novos leilões, o dólar não demonstrou reações consistentes, tanto no mercado à vista quanto no futuro.

Para Luiz Carlos Baldan, diretor da Fourtrade Corretora de Câmbio, a alta desta segunda-feira do dólar ante o real está ligada principalmente ao fluxo de saídas para o exterior. "Esta é, praticamente, a última semana em que teremos fluxo. Na semana que vem, muitas empresas estão fechadas e o movimento diminui", comentou o profissional. "Hoje, a alta ocorreu em função do fluxo de mercado mesmo, de saídas de dólares para o exterior."

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