Notas de dólar: o dólar à vista no balcão terminou o dia em R$ 3,0440 (Gary Cameron/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2015 às 17h27.
São Paulo - Após três dias consecutivos de queda, o dólar à vista fechou em alta ante o real nesta sexta-feira, 17, reduzindo o tamanho das perdas de abril de cerca de 6% para 4,8%.
A moeda firmou-se no terreno positivo ainda pela manhã, após a divulgação de dados de inflação nos EUA acima do esperado que resgataram a percepção de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) poderá antecipar o início do aperto monetário.
O dólar à vista no balcão terminou o dia em R$ 3,0440, em alta de 1,13%. Na mínima, logo após a abertura, chegou a operar em baixa de 0,10%, em R$ 3,007. Na máxima, atingiu R$ 3,069 (+1,96%), perto das 14 horas.
Na semana, acumulou perda de 1,39%. Perto das 16h30, o volume era de US$ 1,026 bilhão. O contrato de dólar com vencimento em maio, às 16h37, subia 0,72%, a R$ 3,057.
O real teve um comportamento em linha com as demais moedas de países emergentes e aquelas ligadas a commodities, que também acusaram a queda dos preços das matérias-primas nesta sexta-feira.
O barril do petróleo WTI para maio fechou em baixa de 1,71%, na Nymex, com temores sobre excesso de oferta.
No Brasil, um fator adicional para a postura defensiva foi o feriado nacional em homenagem a Tiradentes, na próxima terça-feira, 21, uma vez que na segunda-feira muitas mesas de operação estarão em esquema de plantão, enquanto os mercados pelo mundo operam normalmente nos dois dias.
Com isso, os investidores aproveitaram para ajustar suas posições após a forte queda da moeda ante o real nos últimos dias - ontem chegou a operar brevemente abaixo de R$ 3 no intraday.
Nos EUA, o núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) - que exclui os preços de energia e alimentos - subiu 0,2% em março ante fevereiro, mais do que a alta prevista de 0,1%, e avançou 1,8% na comparação anual, sugerindo que a inflação dos EUA está se aproximando da meta de 2,0% do Fed.
O dado alterou um pouco a percepção de que o banco central pode esperar um pouco mais para subir o juro, que prevalecia até ontem com base em indicadores fracos da economia dos EUA publicados ao longo da semana.